Postado às 06h39 | 08 Dez 2020
Estado
Cresce em Brasília a sensação de que Jair Bolsonaro usa chave velha em fechadura nova e dará com a cara na porta: na leitura de políticos experientes, o negacionismo do presidente durante a pandemia pode não funcionar quando o assunto é vacina. Segundo eles, no momento em que a classe média e a classe trabalhadora perceberem que lá fora já há gente sendo vacinada e, no Brasil, não existe sequer plano definitivo de vacinação, a popularidade de Bolsonaro estará sob risco. Pior: tudo isso quando o número de mortes volta a crescer no País.
Em pedaços. A gestão ineficiente da pandemia por parte do governo federal vai ser escancarada em termos claros, dizem esses analistas. Os brasileiros menos privilegiados que não podem fazer “home office” e querem voltar a trabalhar em segurança esperam ansiosamente a vacina.
Ferrolho. O discurso negacionista, apesar de absurdo, encontrou ressonância entre parcelas da população que não podiam ficar sem trabalhar. O auxílio emergencial se encarregou de completar as lacunas e a popularidade de Bolsonaro se manteve em viés de alta.
Mudou. Agora, a história é outra: o mundo se mobiliza pela vacina e o auxílio tem data para terminar.
Prestenção. É por isso que no Planalto há quem defenda uma mudança de postura do presidente: priorizar a vacina que chegar primeiro ao mercado.
Mobilização. A Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas vai procurar o Ministério da Saúde para saber se será convocada para ajudar na vacinação da covid-19.
Atrasados. “Já era para estar pronto um plano detalhado da vacinação. O Brasil é de uma enorme extensão. Se for feito muito na correria a aplicação do imunizante, pode atrapalhar muito mais que ajudar”, disse o presidente da associação, Geraldo Barbosa.
Fera ferida. Após ter suas peças derrubadas no tabuleiro da sucessão na Câmara, Rodrigo Maia tomou a atitude que muitos brasileiros esperavam dele: colocar o Legislativo do País de cabeça na luta contra a covid-19 e pela ampla vacinação.