Postado às 06h30 | 29 Set 2020
Diário Notícias, Lisboa
Segundo uma investigação divulgada pelo jornal, Trump pagou apenas 750 dólares (645 euros) em impostos federais em 2016, ano em que foi eleito, e outro tanto em 2017, além de acrescentar que o Presidente norte-americano tem dívidas no valor de centenas de milhões de dólares.
Para se defender desses dados, Trump escreveu um conjunto de mensagens no Twitter no qual atacou a imprensa.
"Os falsos meios de comunicação, como na altura das eleições de 2016, estão a trazer à tona os meus impostos e todo o tipo de disparates com informações obtidas ilegalmente e apenas com más intenções. Paguei muitos milhões de dólares em impostos, mas tinha direito, como toda a gente, à depreciação e a créditos fiscais", argumentou o republicano Donald Trump.
O Presidente acrescentou que tem uma dívida reduzida face aos bens de que é proprietário.
"Se olharmos para os bens extraordinários da minha propriedade, o que a falsa notícia não fez, estou extremamente em vantagem, tenho muito pouca dívida em comparação com o valor dos ativos. Muita dessa informação está registada, mas há muito que digo que posso publicar as demonstrações financeiras desde a altura em que anunciei que me candidatava à presidência, mostrando todas as propriedades e dívidas", sublinhou o chefe de Estado.
O Presidente norte-americano, recandidato ao cargo nas eleições de novembro, referiu ainda ser "o único presidente que se saiba ter renunciado ao prémio anual de 400.000 dólares do salário presidencial".
O New York Times teve acesso às declarações fiscais de há mais de duas décadas do presidente, incluindo os seus dois primeiros anos na Casa Branca.
Em 10 dos 15 anos anteriores à sua ascensão ao poder, não teve de pagar imposto sobre o rendimento, segundo o jornal, porque alegou ter sofrido perdas superiores aos seus rendimentos.
O jornal também revelou que o presidente se depara com uma dívida de 421 milhões de dólares, que terá de pagar nos próximos quatro anos e coloca-o em risco de insolvência se for reeleito para um segundo mandato, nas eleições de 03 de novembro.
Ao contrário de todos os seus antecessores desde os anos 1970, Donald Trump, cujo grupo familiar não está cotado na bolsa de valores e que fez da sua fortuna um argumento de campanha, recusa-se a publicar as suas declarações de rendimentos e trava uma batalha jurídica para impedir a sua divulgação.
Esta falta de transparência tem alimentado especulação sobre a extensão da sua fortuna ou potenciais conflitos de interesses.