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Tombo da Bolsa de SP mostra que o pessimismo contaminou mais o mercado brasileiro

Postado às 04h13 | 10 Mar 2020

Globo

tombo da Bolsa de Valores nesta segunda-feira reflete uma mistura poucas vezes vistas de pânico, efeito manada, muitos CPFs novos investindo e um noticiário que joga as perspectivas do mercado de ações num mar de dúvidas.

Este tipo de cenário acaba por favorecer movimentos bruscos. A desvalorização de 12,17% do principal índice do mercado acionário do país – a maior queda diária desde 1998 – é um exemplo concreto desse tipo de exagero.

Filipe Viegas, estrategista da Genial Investimentos, resume o que foi a abertura desta semana:

— Analisando friamente, voltamos para patamares de final de 2018. É como se 2019 não tivesse existido. Como se a reforma da Previdência não existisse.

É claro que uma disputa envolvendo a Arábia Saudita e a Rússia sobre o preço de um produto tão importante como o petróleo afetará o mercado financeiro. É fato também que o efeito dessa queda de braço é maior tendo como pano de fundo uma crise de saúde global, como o coronavírus, que por si só já gerava dúvidas sobre a magnitude de seu efeito sobre a atividade econômica do planeta.

É o tamanho do tombo brasileiro que assusta. Bolsas em outros países, como os Estados Unidos, perderam terreno. Mas as desvalorizações foram mais contidas. O mercado local acabou precificando um cenário muito pior do que seus pares.

Quando esse tipo de espírito toma conta da praça, notícias ruins, ou mesmo a ausência de notícias, viram combustível para o desespero. Ao mesmo tempo, um noticiário mais favorável pode gerar alívio e o início de um processo de recuperação de valor dos ativos que afundaram.

Esse é o vácuo que os governos precisam ocupar. Medidas coordenadas e um sentido claro de ação em prol de uma agenda de mitigação dos problemas e correção de rumos podem ajudar a restabelecer um pouco de serenidade entre os investidores. Previsibilidade é outro elemento presente na lista de itens desejados.

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