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Sob Mattar privatizações não andaram, mas ainda assim sua saída do governo é um revés para Paulo Guedes

Postado às 04h49 | 12 Ago 2020

Lauro Jardim

A saída de Salim Mattar da equipe econômica é um baque para Paulo Guedes. Não exatamente pelo que Mattar realizou nestes vinte meses de governo — afinal, as privatizações andaram a passos de tartaruga e ele teve parte de culpa nisso.

Mas Mattar, dono da Localiza, era uma espécie de símbolo para Guedes: um empresário bem-sucedido e apoiador de primeira hora de Jair Bolsonaro.

Pois Mattar deixa o governo desencantado: não conseguiu botar em prática nada que imaginava. Seja porque não dobrou a máquina burocrática do estado, seja porque a equipe econômica não conseguiu vergar o Congresso, em geral um (quase) intransponível muro antiprivatização.

É impossível imaginar que Paulo Guedes consiga substituir Mattar por algum empresário de igual peso.

E o resultado dessa demissão será produzir ceticismo nos agentes econômicos. O desânimo se dá por motivos óbvios: a agenda liberal de Bolsonaro, ao menos do jeito que foi imaginada por Paulo Guedes, mercado financeiro e pelos empresários que apoiaram o capitão na eleição, está virando pó (para um outro grupo, já virou).

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