Postado às 16h08 | 12 Jun 2021
O ex-senador Joel Holanda (PE) sempre foi um dos melhores amigos do conterrâneo Marco Maciel, hoje falecido.
Em 1991 ao ser eleito Senador, Marco Maciel tinha como suplente Joel Holanda.
Em 1995, assumiu a vice-presidência da República e o suplente investiu-se no mandato de Senador da República.
No Senado, Joel Holanda desenvolveu brilhante atuação parlamentar, sempre na preservação da conduta política de Marco Maciel.
Honrou a missão de confiança recebida.
Hoje, 12, ao tomar conhecimento da morte do amigo de longas jornadas políticas, JOEL HOLANDA escreveu o texto de homenagem póstuma, transcrito abaixo:
Liberto está, enfim,
O escravo do servir.
Descansar vai agora
O cidadão que dedicou
Sessenta anos de vida ao
Trabalho pelo bem comum
(Sem uma mácula sequer).
O homem público que
Com sacrifício próprio
E devoção de sacerdote
Deu voz aos esquecidos
Amparo aos carentes
Esperança aos desolados.
O obstinado
Engenheiro social
Vencedor de impossíveis
Construtor de pontes
Artesão do diálogo.
Tudo graças à sua
Habilidade de
Suplantar vaidades
Acalmar espíritos
Encorajar convergências
Plantar futuros
E oferecer ao Brasil
Caminhos e soluções.
Sim, a abominável
Viajante das trevas
Apagou para sempre
A mente resplendente
De Marco Maciel:
Singular Político
Estadista
E de gerações de jovens
Exemplo e inspiração.
A desalmada criatura
Roubou do nosso convívio
Ser humano puro gentil
Franciscanamente humilde.
Trabalhador incansável no
Debulhar das horas de dias espichados
E de solitárias noites alongadas.
Homem bom
Apoucado de corpo
Mas robusto de caráter.
Os cargos públicos mais
Cobiçados do país exerceu
Sem deles jamais se beneficiar.
Oitenta e quatro vezes assumiu
A presidência da República
Mas nunca permitiu que
Frívola vaidade ou
Indecorosa arrogância-
Tão comuns a certos políticos-
O impedissem de enxergar e
Acolher como irmãos
Pessoas humildes que
Da sua mão necessitavam.
Vivia sem se exibir
Ouvia sem julgar
Falava sem ferir
Ajudava sem cobrar.
Como límpido espelho
Esses gestos e atitudes
Refletem a essência
De um ser diferenciado
E de alma grande.
O´, impiedosa dama da foice
Por que tão cedo ceifastes a
Vida do cidadão
Íntegro e vertical
Que tanto ainda
Poderia dar ao Brasil?
Por que privastes Pernambuco do
Filho leal devotado que
Tinha como razão de existir
Servir ao próximo e ao país?
E cuja fecunda ação política
Buscava um só objetivo:
Completar a obra de Nabuco:
Libertar dos desvalidos
Os grilhões da pobreza.
Sim, levastes logo ele
Vivo exemplo do patriotismo
Plantado em Guararapes
E regado com o sangue
Dos heróis que lá tombaram.
O’, pavorosa habitante das sombras
Por que afastastes de mim o
Mestre especial e dedicado amigo
Se tanto tinha ainda a aprender
E se tanto me faz falta
Sua meiga afável presença?
Porém, vos digo:
Em vão foi o golpe vil
Da tua traiçoeira lâmina:
Feristes do homem
O corpo franzino
Mas sua alma
Exultante
Está aos pés do Criador
Porque preciosa é
Aos olhos do Senhor
A morte dos Seus servos.
Amém