Postado às 15h05 | 16 Mar 2024
Ney Lopes
“O desalento que assaltou a mim e Abigail foi aquele do rei Davi, diante do corpo do filho Absalão, ao exclamar: “Ó meu filho Absalão! Eu preferiria ter morrido no seu lugar”
O final de semana relembra a data de 15 de março de 1962, quando o presidente John F. Kennedy fez um discurso, salientando os direitos dos consumidores, que envolvem a informação, a segurança, além do direito de escolha, entre outros.
Na história da Câmara Municipal de Natal recorda-se o trabalho efetivo do vereador Ney Lopes de Júnior, já falecido, na preservação desses direitos. Além de presidir a instituição e várias Comissões Técnicas, exerceu o mandato interino de prefeito de Natal, por ordem judicial.
A motivação política do vereador Ney Lopes Jr era de que “o seu direito é minha luta”. Se vivo fosse, completaria 50 anos, no próximo dia 25 de março.
A defesa do Consumidor foi meta permanente em sua agenda política. Por isso, a Câmara Municipal homenageou lhe com a instituição da Comenda do Consumidor, que tem o seu nome, por iniciativa da vereadora Camila Araújo (União Brasil).
Como legislador municipal, Ney Lopes Jr deixou legado inédito de 55 leis, até hoje vigentes.
Algumas dessas leis são a seguir enunciadas: N. º 7.072/2020 – (Prioridade no atendimento para pessoas diagnosticadas com câncer; Lei Nº 0307/2010 (Escolas públicas e privadas a disponibilizarem estacionamentos para embarque e desembarque de alunos); Lei Nº 0351/2011 (Segurança nos caixas eletrônicos 24hs); Lei Nº 0306/2010 – (Cria Banco de Talentos; Lei Nº 0279/2009 (Horários diferenciados para circulação dos carros fortes em estabelecimentos comerciais); Lei Nº 6.322/2011 – (Cria normas para supermercados e hipermercados).
Recebeu várias homenagens póstumas, entre elas, o seu nome na antiga Avenida Tropical, San Vale, zona sul de Natal (lei 7.278 de 29.12.21). O vereador Preto Aquino denominou o prédio onde funciona o PROCON municipal, VEREADOR NEY LOPES JR.
Ney Júnior, antes de militar na vida pública, qualificou-se para melhor exercício do mandato. Graduou-se em Direito, Jornalismo, Mestre em Direito Econômico na “American University”, em Washington DC, Estados Unidos; ex-secretário de Estado no RN (governo Wilma de Faria) e atuação como advogado militante.
A propósito do mestrado nos Estados Unidos, estava na sala de aula a pouco menos de dois quilômetros das explosões do terrorismo, em Washington DC, no 11 de setembro de 2001. Presenciou cenas de constrangimento. Colegas árabes e muçulmanos jogados contra a parede, revisados e isolados. Já havia a confirmação, que o ataque fora comandado por árabes. As ruas desertas por mais de uma semana. As rodovias, o metrô, o porto de Baltimore, que abastece Washington DC, tudo interditado.
Depois, confessou que só sabe o risco da guerra e do terror, quem passou pelo que ele passou. Se o avião dos terroristas tivesse sido jogado contra o Pentágono, ou a Casa Branca, haveria muita probabilidade de atingir a Universidade onde estava e vasta área residencial de Washington.
Com vida política intensa, sofreu muito, antes de falecer. Internou-se em UTI com pneumonia (teve três em períodos diversos), duas vezes Covid e processos depressivos. Faleceu de edema e congestão pulmonar, enfarte agudo do miocárdio; cardiopatia isquêmica, doença arterial coronariana. Efeitos fatais e colaterais do terrível coronavírus.
Tinha vontade firme e viveu seguindo o lema de Theodore Rossewelt: “É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfo, mesmo se expondo à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito, que nem gozam muito, nem sofrem muito, porque vivem numa penumbra cinzenta, que não conhece vitória nem derrota".
No acolhimento Eterno, hoje preserva todos nós, na Paz Celestial!
Amém!