Postado às 15h16 | 27 Out 2021
Com a filiação de Rodrigo Pacheco, o PSD passa a contar com os três senadores que representam Minas Gerais
Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi oficializado nesta quarta-feira (27/10) como novo filiado ao Partido Social Democrático (PSD). Em evento marcado por pompa e pela presença de importantes nomes da política, no fim da manhã desta quarta-feira (27/10), no Memorial Jk, em Brasília, o senador discursou como candidato à Presidência da República nas eleições gerais de 2022.
Pacheco é considerado pelo PSD pré-candidato a presidente do Brasil desde a última segunda-feira (25/10), três dias depois de o senador anunciar a troca de legendas. Ele deixou o Democratas, que está em processo de fusão com o PSL para formação da União Brasil, para se mostrar como mais uma opção de terceira via em 2022.
"Hoje, aqui, neste espaço que reverencia a memória e a lembrança de Juscelino Kubitschek, quero não apenas declarar minha filiação ao PSD. Quero também renovar o meu compromisso como senador da República por Minas Gerais com todos os brasileiros e todas as brasileiras", celebrou Pacheco.
Já em tom de candidato, Rodrigo Pacheco afirmou que o país precisa "dar exemplo" para atender melhor à população. Também avaliou que o último biênio foi cruel, com crises sanitária e socioeconômica, segundo ele, a ponto de mostrar que pessoas voltaram a passar fome no Brasil.
"O Brasil precisa dar o exemplo no cumprimento de compromissos, no respeito às leis, aos valores, garantias, direitos previstos na Constituição Federal. Devemos buscar na gestão pública a prevalência do bom senso, do equilíbrio, do que é justo. Estes são valores e atitudes que nós não podemos abrir mão. É nessa hora que nós, representantes eleitos pelo povo, devemos nos superar, assumir com ainda mais energia e empenho nossas responsabilidades e buscar respostas tão necessárias e urgentes para que a população brasileira volte a acreditar em si mesma, na política e no país", afirmou.
Pacheco se coloca como mais um nome da terceira via em uma disputa eleitoral com promessa de polarização entre Jair Bolsonaro (sem partido), presidente da República, e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que governou o Brasil entre 2003 e 2010. O pré-candidato do PSD considera que não há mais margem para o que chamou de "extremos".
"Uma sociedade dividida, em que cada um não admite o contrário e não aceita a existência do outro, nunca irá chegar a lugar algum. A gravidade do momento que assola o país nos impõe uma tomada de decisão, decisão que não é contra quem quer que seja, mas a favor do Brasil e dos brasileiros. O caminho para solucionar várias crises que estamos enfrentando é a união. Quando falamos em unir o Brasil, é porque chegamos ao limite dos extremos", também disse em seu pronunciamento, muito aplaudido pelos presentes.
'Nome para 2022'
Presidente nacional do PSD, ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab (PSD) foi o "mestre de cerimônias". Ele exaltou Pacheco e, após a assinatura que oficializou o senador como político do PSD, sem cerimônias e de forma bem-humorada, ratificou que "esse é o nome do partido para 2022".
"Ele não vai aqui evidenciar, até porque vai fazer uma reflexão, mas, em off, reservadamente, Rodrigo Pacheco vai ser nosso candidato a presidente do Brasli", afirmou Kassab, arrancando risadas e aplausos dos presentes.
Além de Kassab, o evento contou com diversos figurões da política nacional e de Minas Gerais, como prefeitos, deputados estaduais, deputados federais e senadores. Os senadores Omar Aziz (PSD-AM), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Carlos Viana (PSD-MG) e Antonio Anastasia (PSD-MG), o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), e o deputado estadual Agostinho Patrus (PV), presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), foram alguns deles.
Omar Aziz, presidente da CPI da COVID do Senado, e Otto Alencar (PSD-BA) foram exaltados por Ricardo Patah, presidente do movimento sindical PSD Movimentos, pelos "trabalhos extraordinários em prol da saúde do nosso país". A comissão aprovou nessa terça-feira (26) o relatório final, que indicia 80 pessoas, entre elas Jair Bolsonaro (sem partido), presidente da República.
Mineiros com Pacheco
O evento contou com diversas palavras elogiosas a Pacheco, novo presidenciável para 2022. Antonio Anastasia afirmou que o presidente do Senado é o nome certo para ser o "arauto" do Brasil.
"Que nós, unidos no PSD, vamos levar a voz do partido a cada rua, a cada cidade, a cada estado e a cada região do Brasil no tempo certo. E queremos, nesta mensagem de esperança, convocar Rodrigo Pacheco para ser o seu arauto, para levantar a bandeira do desenvolvimento, da democracia, da liberdade e da inclusão social. Vamos juntos, o Brasil nos aguarda", disse.
Já Carlos Viana destacou que Minas Gerais, assim como foi no passado, coloca-se à disposição para "servir" ao Brasil. "Recoloca nosso estado na posição de servir ao Brasil. Não estamos aqui para dizer que estamos à frente, atrás, não Minas Gerais quer servir ao Brasil, com nosso trabalho, nossa responsabilidade. Parabéns, Rodrigo Pacheco, bem-vindo ao PSD".
Presidente da ALMG, Agostinho Patrus foi um dos políticos que discursaram e afirmou que Minas Gerais está com Rodrigo Pacheco. Ele também fez referência a Juscelino Kubitschek, natural da cidade mineira de Diamantina e presidente do Brasil entre 1956 e 1961.
"Aqui, os mineiros se sentem em casa, abençoados por JK, conduzidos por suas obras, por seus exemplos, e o Rodrigo Pacheco restaura a Minas Gerais uma contribuição importante que Minas já deu ao cenário nacional depois de 50 anos. Minas está aqui unida, com diversos deputados estaduais, federais, para lhe saudar no PSD, mas, acima de tudo, para lhe dizer siga em frente, que os mineiros lhe apoiam e confiam na sua liderança", completou.
Eleições 2022
O primeiro turno das eleições de 2022 acontece em 2 de outubro. Além de Bolsonaro, Lula e Pacheco, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), e os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e de São Paulo, João Doria (PSDB), se colocam como nomes possíveis para a corrida presidencial.
Os ex-ministros da Justiça e da Segurança Pública Sergio Moro (sem partido), e da Saúde Luiz Henrique Mandetta (União), também são nomes sondados para a disputa.