Postado às 05h39 | 06 Set 2021
O jornalista César Santos, do conceituado JORNAL DE FATO, editado em Mossoró, RN, transcreve artigo do editor sobre "vazio político no RN".
A seguir o texto transcrito:
O ex-deputado federal Ney Lopes de Souza tem razão quando diz existir um “vazio” político no Rio Grande do Norte, “que causa preocupações, impulsos e sobretudo estimula vaidades inconsequentes”.
Ney escreve:
“De um lado, o vazio na própria classe política, desfalcada e sem vocações públicas expressivas, salvo exceções. De outro, o vazio, que mostra um horizonte de ‘mandatos’ à frente, atraindo àqueles hoje excluídos, altamente ambiciosos, truculentos, autossuficientes, crentes de que serão os ‘salvadores’ do estado, em 2022 (!!!!).
Esses tipos não o se acham alternativas, mas sim solução.
O abismo se agrava, diante da ausência de nomes, que tragam no seu passado de vida, a credibilidade de teses e propostas viáveis, nos campos da política e da administração pública. Muitos deles tentam esconder, mas até na atividade privada fracassaram. Para colocarem a ‘cara’ de fora pagam ‘lobbies’ e assessorias poderosas.
O que acontecerá em 2022, sobretudo nas eleições majoritárias (governador e senador)? Poderão ocorrer muitas novidades, ou nenhuma.
Uma luz se acendeu, com a recente declaração do prefeito de Natal Álvaro Dias, que disse: “eu não pretendo, eu não desejo, mas também não é impossível que eu possa me candidatar em 2022”. Se for candidato a governador do RN em 2022, o nome de Álvaro Dias terá peso e merecerá respeito. Dependerá muito daqueles que irão estar ao seu lado. Diz-me com quem andas, que te direi quem és!”
Realmente, como cita Ney Lopes, há um vazio político. Basta observar que a governadora Fátima Bezerra (PT) caminha para a reeleição sem ser incomodada pela oposição. Seu único desafio no momento é melhorar os índices de aprovação popular. De resto, nada a temer. Pelo menos agora não, diante do tal “vazio” observado por Ney.
Na disputa pela cadeira de senador do RN, o vazio é ainda maior, contribuído pelo atual senador que terá o mandato julgado pelo eleitor em 2022. Ela já disse que é candidato à reeleição; não empolgou. As pesquisas de intenção de voto mostram o petista fraquinho da silva. Seus eventuais adversários, igualmente, mostram-se sem empatia com o eleitor. Os ministros Fábio Faria (Comunicação) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), declarados pré-candidatos, não animam o grande público.
Pois bem.
A pergunta é: o vazio político vai continuar até quando? Não há resposta, mas existe um raciocínio lógico. A ausência das tradicionais lideranças, reprovadas nas eleições de 2018, como os ex-senadores Garibaldi Filho (MDB) e José Agripino Maia (DEM), não foi devidamente ocupado por quem chegou de paraquedas.
Às vezes, a mudança não é garantia de melhores dias, embora seja importante experimentá-la. Resta saber se o eleitor potiguar vai querer preencher o vazio político nas eleições 2022.