Postado às 15h32 | 28 Fev 2024
Ney Lopes
Ao deixar o mandato de deputado federal em 2007, além da militância na advocacia, atuei no jornalismo como meio de defesa do RN, o que faço até hoje.
Sempre foi a minha obsessão.
Escrevi vários editoriais para o Diário de Natal, a pedido do jornalista Luiz Maria Alves.
Um deles teve o título “Agenda RN do futuro” (13.12.07).
Na época, o senador Garibaldi Alves acabara de eleger-se presidente do Senado, para um mandato tampão.
O Senador José Agripino Maia liderava a bancada de oposição, com a imagem nacional.
O deputado Henrique Alves comandava a maior bancada parlamentar da Câmara Federal – o PMDB.
A governadora Vilma de Faria se mostrava lúcida e aberta ao diálogo democrático.
O Estado, portanto, vivia um bom momento de representatividade e influência nacional, com a voz ouvida no plano federal.
O texto do editorial, que foi até transcrito na Assembleia Legislativa, alertava para a chegada da hora dos nossos representantes identificarem o porto do nosso destino e transformarem em benefícios coletivos as riquezas naturais que Deus nos deu.
Relembrei a luta que iniciei como deputado federal, durante mais de 15 anos, mostrando que não adiantaria apenas a construção do aeroporto de São Gonçalo do Amarante.
Teria que existir justificativa econômica.
Em 1530, o rei de Portugal sabedor de que o ponto geográfico mais avançado da costa brasileira era o Rio Grande do Norte, pela sua proximidade com a África e Europa, criou em nosso território uma capitania hereditária e doou-a a João de Barros.
Se o rei já enxergava os benefícios da posição geográfica estratégica do nosso Estado, como será possível desconhecê-la, quando as relações econômicas mundiais estão globalizadas?
Na II Guerra Mundial, o RN pelas mesmas razões históricas e geográficas transformou-se em um dos principais pontos de apoio dos “aliados” - no chamado “Trampolim da Vitória” -, que preveniu possíveis invasões vindas da Europa ou da África, em direção aos Estados Unidos e ao canal do Panamá.
Chegava a hora não apenas da construção do aeroporto de São Gonçalo do Amarante.
O importante seria a viabilização econômica, financeira e social desse aeroporto e a criação simultânea de um polo exportador e turístico, com a instalação de uma “área de livre comércio”.
A exemplo do sucesso no resto do mundo, significariam milhares de empregos e novas oportunidades.
A proposta foi para a classe política enlaçar as mãos, superar divergências e partirem todos juntos para a elaboração da “Agenda RN do futuro”, incluindo-se nela os caminhos de um amanhã de paz, justiça social e de progresso para nossa sofrida gente.
Afinal, a melhor maneira de prever o futuro seria criá-lo, o quanto antes.
Como sempre, nada foi feito.
E o RN continua, como disse Cortez Pereira: "um estado rico de gente pobre!"