Postado às 04h24 | 06 Out 2020
Correio Braziliense
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) foi o primeiro orador do jantar que reuniu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, no apartamento do ministro do Tribunal de Contas da União Bruno Dantas. Ele abriu e o senador Davi Alcolumbre, aquele que concorrer contra Renan em fevereiro de 2019 e venceu, encerrou a parte dos discursos. O cachimbo da paz entre Rodrigo Maia e Paulo Guedes já era esperado. A volta de Renan à ribalta das decisões nem tanto. Porém, para o governo é uma notícia, diante dos desafios que vêm pelo caminho, uma vez que Maia, ao discursar, foi claro ao dizer que o governo não terá cortar apenas “gordura”, mas também “músculo”. Foi aplaudido ao pedir desculpas a Guedes.
O ministro, por sua vez, sem sentiu prestigiado. E, depois de ouvir o que converge seu pensamento com o do presidente da Câmara, elogiou Maia e disse com todas as letras que “não há caminho fora do teto” e selou o compromisso de fechar uma agenda de curto prazo com o Parlamento.
Se tem algo que todos têm consciência é de a situação econômica não é tranquila, nem tampouco os desafios sobre como atender as pessoas a partir de dezembro quando vence o prazo do auxílio emergencial. Vence também o período de calamidade pública, que permite gastos exorbitantes para tentar conter os problemas nas mais diversas áreas provocados pela pandemia. Quando a economia apresenta sinais preocupantes, reza a lenda, a politica costume ter juízo. Nesse sentido, é o que a classe politica está tentando fazer agora, colocando os profissionais em campo para negociar as propostas. Mais do que nunca, dizem alguns, é hora de apostar naqueles que conhecem os meandros do Legislativo e sabem conduzir negociações difíceis. No governo, a certeza de que quanto mais diálogo melhor. Resta saber quanto tempo vai perdurar a capacidade de diálogo. A noite de hoje, avisam os experientes, foi apenas um bom começo.