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"Quem são Zelensky e Putin" - Ney Lopes hoje na "Tribuna do Norte"

Postado às 06h07 | 09 Mar 2022

A guerra na Ucrânia ceifa centenas de vidas, inclusive crianças, idosos e doentes.

O papa Francisco lamentou os "rios de sangue e lágrimas”, que correm. Espanta o mundo, a forma truculenta como Putin reprime o próprio povo russo.

Em Moscou,  cinco crianças (7 a 11 anos) foram presas.

Elas levavam flores e cartazes com a frase "Não à guerra".

O governo aplica nova lei de censura e repressão, que pune em até 15 anos de prisão quem participar de atos públicos não autorizados, ou usar apalavras censuradas pelo Kremlin.

Os presos não recebem comida, nem água e ficam sem os telefones celulares. As autoridades russas negam  o direito à defesa dos detidos, impedindo acesso a advogados.

São dois os personagens centrais dessa guerra: Volodymyr Zelensky e o presidente russo Vladimir Putin.

O presidente ucraniano Zelensky, 44, nascido em em 1978, na URSS, advogado e humorista, é hoje chamado o “George Washington da Ucrânia”.

Não tinha experiência política quando eleito presidente da Ucrânia, com 73% dos votos.

Agora, transformou-se em herói nacional e estadista europeu.  É colocado no mesmo patamar de Churchill, ou Roosevelt.

No último dia 24 de fevereiro, Zelensky em discurso sóbrio, disse que ligou para o presidente Putin a fim de evitar a guerra.

O russo não atendeu. A partir daí, no estilo de "Davi contra Golias", declarou com coragem, que se o seu país fosse atacado, a Rússia veria os rostos dos ucranianos e não as costas.

A declaração enfureceu o presidente russo.

Em seguida, Putin ordenou a invasão.

O governante soviético não aceita a Ucrânia como Estado soberano, embora a própria Rússia (sob Boris Yeltsin) tenha reconhecido a independência do país.

Diante das acusações do Krelim da necessidade de “desnazificar” a Ucrânia, Zelensky respondeu, com postura de estadista, que mais de 5 milhões de ucranianos morreram combatendo os nazistas na II Guerra.

Vladimir Putin, 70, nascido em 1952, em São Petersburgo.

Houve versões de que ele teria descendência judia, o que não se confirma.

De origem judaica era Lenin, cuja mãe Maria Alexandrovna Blank, exerceu o magistério infantil.

Entretanto, Putin manteve sempre relações cordiais com a comunidade judia.

O principal rabino da Rússia, Berel Lazar, disse que ele "prestou grande atenção às necessidades de nossa comunidade e nos tratou com um profundo respeito".

Em 2016, Ronald S. Lauder, presidente do Congresso Judaico Mundial, também elogiou Putin por tornar a Rússia "um país onde os judeus são bem-vindos".

O avô de Putin  trabalhou como cozinheiro de Lenin e Stalin.

Seu pai serviu no exércio soviético.

O bisavô morreu no holocausto.

Putin foi agente da polícia secreta- KGB.

Sempre carrancudo, ambicionou o poder. Já Zelensky fazia os outros rirem.

Os fatos atuais mostram o comediante mais heroico, do que o covarde agente da KGB.

Muito pouco se sabe sobre a vida pessoal do autocrata russo. Foi casado com Lyudmila Shkrebneva, comissária de avião, entre 1983 e 2013. Tem duas filhas.  

A exemplo de Clinton com Monica Lewinsky, em 2008 uma fotografia mostra o presidente russo sorridente ao cumprimentar a ex-ginasta rítmica russa, Alina Kabaeva, nos Jogos Olímpicos de verão.

A partir daí começara relacionamento amoroso, do qual resultou uma filha em 2012, outra criança em 2015 e gêmeos em 2019.

Alina Kabaeva resolveu entrar na política como parlamentar pró-Kremlin.

Trinta anos mais nova do que Putin, foi apontada como a causa do fim do matrimónio com Lyudmila Shkrebneva.

Mais uma filha ilegítima é atribuída a Putin: Elizaveta, nascida em 2003, do relacionamento extraconjugal com Svetlana Krivonogikh, empregada doméstica, que se tornou dona de fortuna estimada em US$ 100 milhões.

É sócia de “amigos” do presidente Putin.

Tem participação no banco Rossiya, conhecido como o banco de Putin, por ser controlado por oligarcas próximos a ele.

Svetlana apareceu nos chamados “Pandora Papers”, investigação sobre negócios ocultos de personalidades

Putin tem poucos amigos.

O núcleo de sua equipe é formado por cinco pessoas.

Todas serviram com ele na KGB, de origem militar.

Serviços de inteligência afirmam que o presidente ucraniano Zelensky é o primeiro na lista de Putin para ser assassinado.

Mais de 400 mercenários russos e africanos estariam na Ucrânia, com essa missão.

Os mercenários são do "Grupo Wagner", organização paramilitar privada, dirigida pelo oligarca Yevgeny Prigozhin, "um dos aliados mais próximos" do presidente.

Putin corre o risco do “assassinato político”, com a perda do poder na própria Rússia, que está em processo de estrangulamento financeiro e econômico.

Ganhando ou perdendo a guerra, o Kremlin terá derrota geoestratégica.

O mundo não aceita o autoritarismo, as armas, a força militar como divisor de águas entre as nações.

O conflito na Ucrânia despertou para a realidade de como ancorar e proteger melhor as democracias.

Realmente, desafio a ser vencido, por quem confie realmente na liberdade humana.

 

 

 

 

 

 

 

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