Postado às 05h58 | 19 Mai 2024
Ney Lopes
Um tema, que poderia colocado em debate pelos candidatos a prefeito de Natal seria a proposta de uma marina em Natal.
A ideia é antiga, mas nunca acolhida com determinação pelos governantes.
Quando candidato a prefeito de Natal em 2004, reabri esse debate, mas não tive êxito.
Uma marina é um pequeno centro portuário de recreação usado por iates privados e botes de recreio.
Oferecem píer flutuante, serviços como lavagem, venda de combustível e manutenção local, além de estacionamento e abrigo de pequenas e médias embarcações e espaço multiuso.
O turismo náutico é uma vocação natural da cidade de Natal, até hoje aproveitada.
Entende-se como turismo náutico toda atividade de navegação desenvolvida em embarcações sob ou sobre águas, paradas ou correntes, sejam fluviais, lacustres, marítimas ou oceânicas.
O Turismo Náutico pode ser feito em diversas embarcações, como iates, botes, balsas, escunas, navios, jangadas, veleiros, caiaques, pranchas, entre outros.
Há estatísticas de milhares de embarcações, que atravessam a costa potiguar, com destino a João Pessoa, Recife, Salvador etc.
Por tal razão é amplamente viável uma plataforma de apoio ((“marina”) para embarcações na orla da cidade, que abriria a inserção de Natal no roteiro do turismo náutico nacional e internacional.
Essa “marina” ofereceria serviços básicos de apoio às embarcações e tripulações.
O RN tem cerca de 400km de costa e paisagens belíssimas nas praiass, dunas, falésias avermelhadas e águas mornas e cristalinas.
Por essas atrações nativas, em 2014, a empresa francesa New Co Marine chegou a apresentar proposta para construção de uma marina de mar aberto na Via Costeira (atrás do hotel Barreira Roxa e do Instituto de Biologia Marinha da UFRN).
Quando se fala em marina são lembrados precedentes com restrições, de parte de alguns órgãos fiscalizadores do meio ambiente, por tratar-se do uso econômico do litoral ou paisagens naturais.
Não se trata de negar a importância da regulação do meio ambiente.
Apenas, essa preocupação não pode ser transformada em ideologia, com posições rígidas e radicais, em prejuízo coletivo.
A lógica é a seguinte: o desenvolvimento econômico não se mantém se os recursos ambientais forem destruídos.
De outro lado, não existe proteção ao meio ambiente se não existirem recursos financeiros de preservação e garantia do desenvolvimento sustentável.
Um depende do outro.
Fui hóspede na marina de Dubrovnik, na Croácia, de um hotel, cujas águas do mar se comunicavam diretamente com as piscinas e os hóspedes escolhiam o tipo de banho desejado
Na Polinésia Francesa, vi hotéis com apartamento em casas de madeira construídas dentro do mar, à beira da praia. Preferi um quarto em terra firme. Em Bali, na Indonésia a mesma coisa.
Mesmo diante do sucesso do turismo náutico em várias partes do mundo, em Natal, nem poderes públicos, nem instituições privadas, demonstraram interesse, até hoje.
Nenhuma proposta consistente foi colocada à debate.
Mesmo assim, creio que ainda há tempo de recuperar o tempo perdido!
Dalton Mello de Andrade advogado, empresário, professor, homem global.
Autor do livro “Meu olhar sobre a vida”, lançado em Natal, reúne fatos e relatos do cotidiano, sempre entremeados do bom humor do autor.
Já representou o Brasil na OEA (Organização dos Estados Americanos). Fala fluentemente inglês, francês e espanhol.