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"Presidente joga pedras, Parlamento joga flores", diz Maia após ataque

Postado às 04h18 | 17 Abr 2020

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), respondeu os ataques do presidente Jair Bolsonaro, que o acusou de querer assumir o lugar do Executivo e "esculhambar a economia". Pouco depois das declarações do presidente, nesta quinta-feira (16/4), em entrevista à CNN, Maia afirmou que a intenção do presidente é mudar a pauta, para tirar o foco da demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde.

“O presidente ataca com um velho truque da política, como a demissão do ministro Mandetta foi ruim, ele quer trocar a pauta", apontou Maia. Ele afirmou que o Parlamento não vai responder com acusações, "no nível que ele (Bolsonaro) quer", nem tem interesse de prejudicar o governo. “O presidente não vai ter de mim ataques. Ele joga pedras, e o Parlamento vai jogar flores”, disse o presidente da Câmara.

Maia disse não ter "nenhuma intenção de conflitar com o governo, de prejudicar e enfrentar o governo". Segundo ele, o presidente “pode ficar tranquilo", porque a Câmara está disposta a dialogar com o Executivo. O Congresso “não vai entrar” nesses conflitos, disse Maia. “Não vou de forma nenhuma responder o presidente no nível que ele quer que eu responda. É disso que se trata em um momento de crise, de união, com um objetivo só: salvar vidas e emprego”, ressaltou.

O presidente da Câmara lembrou ainda que praticamente 80% da população está “preocupada” com a saída de Mandetta, com base em pesquisas. “Em uma guerra, quando você troca o general, como fica seu exército? O general, o comandante da área da Saúde foi trocado hoje. Não podemos nesse momento criar mais insegurança. Presidente, conte com a Câmara dos Deputados", respondeu Maia.

Pouco antes, Bolsonaro criticou Maia e afirmou que o presidente da Câmara o quer fora do Planalto. "Ele sabe que está errada a posição dele. O Brasil não merece o que o Rodrigo Maia está fazendo com o Brasil", disse,  em entrevista à CNN Brasil. Para Bolsonaro, Maia "resolveu assumir o papel do Executivo".

"Eu respeito ele, mas ele tem que me respeitar. Lamento a postura que ele vem tomando. Mas o sentimento que eu tenho é que ele não quer amenizar os problemas. Ele quer atacar o governo federal. Parece que a intenção é me tirar do governo”, disse o presidente,

Bolsonaro também acusou o deputado de não querer "conversar com mais ninguém” e de ter conspirado contra ele com governadores. Segundo ele, a intenção é "enfiar a faca no governo federal”. “Mas, se se comportarem assim,  vão matar a galinha dos ovos de ouro, que é o Brasil", completou.

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