Postado às 05h19 | 11 Mai 2024
Lyra gritou. Lula simula reagir, mas acomoda-se. Padilha continua ministro
Ney Lopes
As mães são as âncoras de proteção para os filhos. Obrigado Dona Neuza, a minha mãe falecida. Que Deus abençoe todas as Mães!
O presidente Lula e o deputado Arthur Lira, presidente da Câmara, acompanhados do senador Rodrigo Pacheco, que “nunca se compromete e só diz o que pensa no final dos debates”, implantam uma nova forma de presidencialismo no Brasil.
Até hoje, prevalecia o presidencialismo de coalizão criado por Sérgio Abranches, cientista político brasileiro, em 1988, que consistia em fechar acordos e fazer alianças entre os partidos políticos, chamando a atenção para a forma como o presidente da República precisava se portar perante ao Congresso Nacional.
Atualmente, os acordos entre partidos têm como único objetivo a nomeação de cargos para o governo ou vantagens correlatas.
Historicamente, os presidentes que se isolaram e não mantiveram o bom equilíbrio com as suas bases aliadas, não obtiveram sucesso durante o seu mandato.
Lula anunciava que mudaria esse quadro.
Nada mudou.
Piorou.
O "troca troca" ficou mais ostensivo.
O presidencialismo de coalizão como é feito hoje acaba sendo muito mais importante para a estratégia dos partidos e dos parlamentares, do que para o bem comum da população
Ninguém pode negar que o clima de paz no início desta semana, deveu-se ao “grito de guerra” do presidente Arthur Lira, investindo contra o ministro Alexandre Padilha e até ameaçando afastar-se da base política do governo.
O presidente Lula quis resistir, declarando que manteria Padilha, mas logo articulou um café da manhã com Arthur Lira, em busca do consenso.
Uma coisa está provada: sem o “grito de guerra”, não haveria consenso.
O Haiti, país mais pobre das Américas, vive as consequências das relações neocoloniais que sofreu e agora se depara com a eminência de uma nova intervenção externa. O quadro é caótico.
A polícia é o último resquício de autoridade governamental.
Muitas vezes é desarmada pelos bandidos.
Cadáveres são comuns nas ruas de Porto Príncipe, a capital do país. Muitas famílias não têm condições de pagar um enterro adequado e a maioria dos necrotérios foram destruídos, ou estão ocupados por homens armados.
Desde que o primeiro-ministro Ariel Henry foi impedido de regressar de uma visita oficial ao Quénia devido a ataques de gangues, e se demitiu formalmente em 25 de Abril de 2024, um conselho de transição composto por nove pessoas tem governado o país.
Na prática, as gangues são a principal autoridade e a sua lei é a violência brutal.
A violação tornou-se comum à medida que as gangues se mudam para novos bairros.
Utilizam a violência sexual como forma de aterrorizar e humilhar a população – muitas vezes violando mulheres à frente dos seus filhos ou cônjuges.
O gangster mais poderoso do país, Jimmy Chérizier – também conhecido como Barbecue – é um ex-policial.
Membros de gangues sequestraram padres e freiras, médicos e juízes. Saquearam e incendiaram hospitais, tribunais, escolas e mais de uma dúzia de habitações de policiais.
O sistema judicial do país foi paralisado, deixando as gangues agirem impunemente.
Políticos e empresários têm financiado atividades de gangues para proteger os seus interesses ou punir rivais.
A situação atual é de calamidade pública.
Ainda repercute nos meios literários, o lançamento do livro de Jahyr Navarro da Costa, médico, professor, “Lembrando Natal no meu tempo”.
Escritos leves e escorreitos mostram a cidade de Natal sob a ótica de um otimista com a arte de viver.
“Verdadeiro presente para o leitor” como escreveu o amigo Armando Negreiros.
”Homem simples de amizade perdurável” afirmou o escritor Berilo de Castro sobre Jahyr.
No texto sobre práticas de esportes de Natal em seu tempo, Jahyr descreve algumas situações.
Veio-me a memória o estádio Juvenal Lamartine, presente em minha adolescência, com as partidas assistidas em pé, na “geral” pelo orçamento curto, “cheiro de “xixi”.
Guardei a frase de Alex Medeiros para recordar esses momentos: “de novo entrando na fila do campinho do Tirol, os cheiros de pipoca, rolete de cana, picolé tutti-frutti, as bandeiras e flâmulas vermelhas, verdes, pretas e brancas”.
Faz bem reler o livro “Lembrando Natal no meu tempo”, de Jahyr Navarro.