Postado às 05h54 | 04 Mai 2024
Ney Lopes
Muitos indagam, porque entre os vários candidatos à presidência dos Estados Unidos, somente a eleição de Trump desperta tanta atenção e opiniões contrárias na mídia e na própria comunidade internacional de nações.
Seria uma ação coordenada da esquerda e comunista para evitar a sua eleição?
Não, porque a relação de Trump com Putin, o líder soviético, é das melhores possíveis.
Com certeza, a União Soviética deseja a reeleição de Trump.
O perfil pessoal e político de Donald Trump é no mínimo estranho.
Ele não tem a confiança plena da própria direita.
É o terceiro presidente na história dos EUA a sofrer impeachment.
Foi absolvido pelo senado americano.
As posições de Trump despertam grandes contestações.
Recentemente, já na campanha de 2025, ele abre a boa e diz: “imigrantes não são gente” e que haverá 'banho de sangue' se não for eleito em novembro.
Durante o julgamento são várias situações constrangedoras constatadas.
O estilo impulsivo e autossuficiente de Trump tem se revelado no seu julgamento.
Ele levantou-se para sair do recinto, enquanto o juiz Juan M. Merchan encerrava uma discussão sobre agendamento.
O magistrado percebeu e ordenou para que ele se sentasse novamente.
O ex-presidente o fez sem dizer uma palavra.
O 45º presidente dos Estados Unidos e proprietário da sua própria empresa, não está habituado a indagar a hora de sentar numa sala de audiências.
Para Rachhel Leingang, do “The Guardian”, o “tom de Trump, como muitos notaram, é decididamente mais vingativo desta vez, enquanto tenta recuperar a Casa Branca depois de uma derrota contundente.
“Mas ele também é, com bastante frequência, divagante e incoerente, fugindo por tangentes que ganhariam as manchetes por sua estranheza, caso qualquer outro candidato o dissesse” – observa um repórter.
Ainda Rachel Leingang, que acompanha Trump na campanha, o discurso dele, mostra o melhor como está dentro de sua cabeça: “uma miscelânea de falsidades, vinganças pessoais e profissionais, comparações frequentes com outras pessoas famosas, uma descoberta de ideias políticas simples e um monte de inconsequências que se transformam em histórias um pouco inteligíveis”.
Os seus comentários, especialmente em relação aos migrantes, tornaram-se mais desumanizantes.
Ele disse que está a “envenenar o sangue” dos EUA – um aceno à Grande Teoria da Substituição, a conspiração de extrema-direita segundo a qual a esquerda está a orquestrar a migração para substituir os brancos.
Trump afirmou que as pessoas que chegaram eram “prisioneiros, assassinos, traficantes de drogas, pacientes mentais e terroristas, o pior que têm”.
Ele repetidamente chamou os migrantes de “animais”
Durante o discurso desta semana em Wisconsin, que foi mais consistente do que o habitual, Trump fez alguns refrãos frequentes.
Comparou-se a Al Capone, dizendo que foi mais indiciado do que o notório gangster.
Com os adversários nas ruas em comícios e debates, Trump se limita a uma sala de audiência judicial para defender-se de acusações criminais.
O mais grave é que nesta situação, Trump é hoje, um homem familiarmente só!
Sobre a sucessão de 2024 em Natal
Alguns dizem, “definem-se” os candidatos e composições políticas à sucessão de Natal.
Prefiro dizer, começa a “definir-se”.
Curiosamente, o grupo do prefeito Álvaro Dias, que parecia tão cauteloso na medição de prós e contras, foi o primeiro a falar, expondo-se aos naturais desgastes.
Para quem conhece a província, os sinais são de que Álvaro sofre pressões políticas e econômicas, de quem rejeita o nome de Carlos Eduardo.
Com o “apito inicial dado”, o preparo físico será fundamental no jogo eleitoral.
Significará necessidade de experiência, conhecimento do campo da disputa, credibilidade, potencial de atrair votos etc.
Ninguém se engane, hoje o eleitor está diferente.
Não existe mais colégio eleitoral, ou líder carismático, que dê garantia de transferência de votos.
O que vale é o candidato e sua inserção no contexto eleitoral.
O candidato terá que pesar todas essas circunstancias, e não apenas encantar-se com números e argumentos que lhe são apresentados por assessores e amigos, que pensam mais em si, do que no sucesso final.
Voltaremos a este tema, com analises futuras detalhadas.
Groenlândia, fuso apenas 1 hora de Natal
Mexendo em velhas recordações de viagens, constato que há 13 anos estava em visita a Nuuk, capital da Groenlândia (a terra de Papai Noel) – a maior ilha não continental do planeta -, país que se libertou da Dinamarca em 2009.
A população é de 16 mil pessoas.
Conhecendo o semiárido nordestino tinha a curiosidade de saber como viviam os groenlandeses, com casas em cima de rochas vulcânicas e temperaturas de 30º abaixo de zero.
A expectativa era ver uma aldeia, no meio de geleiras.
Nada disto.
Estavámos em cidade do primeiro mundo.
Com 10º acima, andamos, sem virar “picolé”.
A diferença de fuso-horário para Natal, apenas uma hora a menos.
Trafegam cerca de dez taxis; quatro hotéis quatro estrelas; dois bancos.
No país, média de 50 veículos para cada mil habitantes; menos de dez semáforos nas ruas.
Somados às cidades vizinhas, 30 mil cães para puxar trenós, exigida carteira de habilitação para conduzi-los.
Os gronelandêses não reclamam da sua qualidade de vda.