Postado às 06h21 | 06 Jun 2020
Ney Lopes
Os idólatras do “mercado” dormem e acordam, pensando no lucro. São comuns as expressões, de que “quem puxa a carroça” é a empresa privada. Aí cabe a primeira ponderação: “ajuda a puxar”. Outros fatores contribuem para o bem-estar geral. A pandemia mostra, que todas as categorias da sociedade (inclusive o privado) recorrem à ajuda estatal, a única luz no final do túnel.
O Estado desejado, não é aquele intervencionista, autoritário, que fere as liberdades, sobretudo às econômicas. É o Estado como instrumento de controle social, que atue para reduzir desigualdades e distribuir oportunidades. Neste particular, surge outro fator, que é a política. Sem ela, a economia e o Estado livre não sobrevivem.
Hoje, o Brasil é um exemplo de crise política permanente, que afasta investidores, aumenta riscos e torna o mercado volátil. Não adianta o “bla bla bra” do “czar” Paulo Guedes, que unicamente para agradar o presidente e prometer-lhe a reeleição, adota medidas sem visão social. Muitos propósitos que ele manifesta são até aceitáveis.
Todavia, ele é somente liberal e não social. Por exemplo: privatizações. Uma meta legítima, desde que usada com critérios. Para dar certo no Brasil, a política terá que voltar à normalidade. Quem virá investir num país, que diariamente o presidente realimenta o choque entre os poderes, vai às ruas sem máscaras, desafiando regras sanitárias mundiais?
Os fanáticos dirão, que a culpa não é só do presidente. Entretanto, numa República, o chefe de governo terá que ser um estadista, dar exemplos, respeitar a separação dos poderes, recorrer quando discorda do Judiciário e dialogar quando se opõe ao legislativo. Isso se chama usar os “freios e contrapesos entre os poderes”.
Nos Estados Unidos, tem-se um presidente truculento, que nunca ameaçou a Suprema Corte, ou o Capitólio. Mesmo diante desses riscos, a crença é que o Brasil, na beira do precipício, acabe voltando.
Com a Graça de Deus é o que acontecerá, após a pandemia!