Postado às 03h44 | 05 Abr 2024
Poucos conhecem o Geoparque do Seridó, onde está situado o açude Gargalheiras, que acaba de ser reconhecido pela ONU. É um território de relevância mundial, na área do semiárido nordestino. O que falta é a implantação imediata do Parque., que trará atrativos científicos, naturais e culturais.
Ney Lopes
Finalmente, o açude Gargalheiras, RN, sangrou, criando clima de otimismo e alegria no estado.
O Gargalheira tem capacidade para acumular 44 milhões de metros cúbicos de água.
A parede fica numa das "gargantas" do Rio Acauã, o que deu origem ao seu apelido.
Foi inaugurado em 1959 pelo presidente Juscelino Kubistchek, sob o nome oficial de Barragem Eurico Gaspar Dutra. Abastece as cidades de Acari e Currais Novos.
O flagelo dos anos 1877-80 despertou o governo para estudos sobre estiagens prolongadas no Nordeste.
Neste período, ocorreu o mais devastador fenômeno de seca da história do Brasil, no período imperial brasileiro, com a morte de entre 400.000 e 500.000 pessoas.
A atuação do estado passou a ser, através da construção de açudes, visando assegurar condições de sobrevivência e de desenvolvimento econômico nas áreas afetadas.
Na década de 1930, fundos de emergência executaram vários projetos de barragens de grande escala em vários países.
O Projeto Central Valley, na Califórnia, que reorganizou o sistema hidráulico do estado, superou a Represa Hoover. Na bacia do Rio Columbia, duas grandes barragens – Gonneville e Grand Coulee – trouxeram sonhos de riqueza econômica para o noroeste do Pacífico.
O sangramento do Gargalheiras em 2024 deverá abrir os olhos das lideranças estaduais para construção do geoparque do Seridó, RN, já aprovado pela UNESCO.
A vitória alcançada no reconhecimento do Geoparque do Seridó pela UNESCO remonta aos primeiros passos dados em abril de 2010 pelo geólogo e docente da UFRN, Prof. Dr. Marcos Nascimento, Rogério Ferreira (geógrafo da CPRM) e Carlos Schobbenhaus (geólogo da CPRM), ao proferirem palestra na UFRN de Currais Novos, expondo o início dos trabalhos, através do inventário do patrimônio geológico da região.
Os primeiros geoparques foram criados na Europa, no ano de 2000.
Na Ásia, em especial na China, os geoparques se encontram em acelerada disseminação.
A UNESCO equipara-os aos programas de Reserva da Biosfera e Patrimônio da Humanidade. Atualmente, existem 169 Geoparques Globais da UNESCO, em 44 países.
A criação desses empreendimentos inovadores e cursos de capacitação de alta qualidade estimulam a geração de novas fontes de receita decorrentes do geoturismo, que permite reconectar com a história de 4.600 milhões de anos do Planeta e as formas de vida social adotadas até hoje.
São benefícios inerentes aos Geoparques, a preservação do patrimônio geológico; ações e políticas de proteção da natureza; incentivo a novas pesquisas cientificas;melhoria na infraestrutura local (sistema habitacional, viário e de serviços); projeção, mobilizando setores público e privado; incremento da cadeia produtiva do turismo; melhoria na infraestrutura local (sistema habitacional, viário e de serviços); projeção e status internacional da localidade; prioridade dada às belezas naturais da região,
A UNESCO já abriu a porta. Falta quem defenda o RN para implantação do “Geoparque do Seridó”.
Não podemos perder essa oportunidade!