Postado às 10h04 | 01 Abr 2020
Com a pandemia do novo coronavírus, a ideia de viajar para destinos como Las Vegas e Orlando, ou até mesmo embarcar num navio de cruzeiros, para assistir a espetáculos do Cirque du Soleil se tornou distante. Mas para não se afastar de seu público durante o período de isolamento social, a companhia canadense criou uma plataforma digital, com conteúdos especiais que vão de um vídeo especial até aulas de condicionamento físico com seus artistas.
A grande estrela do site, batizado de Cirque Connect, é o especial de 67 minutos de duração que compila alguns dos melhores momentos dos espetáculos "Kurios: Cabinet of curiosities" (de 2014), "O" (desde 1998 em cartaz no hotel Bellagio, de Las Vegas) e "Luzia" (2016). O vídeo apresenta uma visão privilegiada dos espetáculos e ângulos que não são possíveis de se captar ao vivo.
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"Agora mais que nunca, os nossos fãs precisam da distração que o espetáculo pode trazer, uma pausa no caos. Queremos fazer a nossa parte e espalhar a alegria, mesmo de longe, diretamente para eles", afirmou a diretora de Marketing do Cirque du Soleil Entertainment Group, Sheila Morin, em nota para a imprensa.
O site especial traz ainda materiais interativos. Quem tiver óculos de realidade virtual em casa pode baixar quatro vídeos que permitem grandes níveis de imersão nos espetáculos "Kà", "Kurios", "Luzia" e "O". O equipamento pode ser usado também em vídeos em 360 graus, que mostram os bastidores da companhia e de alguns espetáculos.
Entre o material exclusivo reunido no portal, estão também vídeos que ensinam técnicas de maquiagem dos profissionais da companhia, e alguns exercícios físicos usados por seus artistas-atletas. Há ainda conteúdo exclusivo para crianças e adolescentes e playlists, no Youtube e no Spotify, com trilhas sonoras criadas para seus espetáculos.
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O lançamento da plataforma vem num momento extremamente delicado para o Cirque du Soleil, que surgiu em 1984 em Montreal, no Canadá, e que hoje é uma referência no setor do entretenimento mundial. A pandemia levou ao cancelamento de todos os 19 espetáculos da companhia em cartaz e a consequente devolução de ingressos, além da demissão de boa parte de sua equipe. O grupo, inclusive, cogita um pedido de falência.
A empresa trabalha com especialistas em reestruturação financeira para lidar com a crise de caixa e com uma dívida de aproximadamente US$ 900 milhões.
Os problemas atuais na saúde financeira do grupo foram exacerbados por uma dívida assumida de US$ 1,5 bilhão em 2015, que resultou na empresa de private equity TPG adquirindo uma participação majoritária nas ações do Cirque du Soleil, segundo informações da Reuters.