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Pesquisa mostra avanço de Joe Biden, e não de Bernie Sanders, após desistência de Elizabeth Warren

Postado às 04h26 | 10 Mar 2020

Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira frustrou quem esperava uma transferência dos votos da senadora Elizabeth Warren, que na semana passada desistiu de concorrer à indicação democrata à Presidência, para o também senador progressista Bernie Sanders. Os dois representam uma ala mais à esquerda no partido, e têm propostas semelhantes.

Os números da sondagem feita pela Reuters em parceria com o instituto Ipsos apontam uma migração para a campanha do centrista Joe Biden, que agora aparece com 47% na preferência de democratas e independentes, sete pontos percentuais a mais do que na última pesquisa, da semana passada, antes da Superterça. O social-democrata Bernie Sanders continua com 30%. Os dois participam de seis primárias nesta terça-feira, que podem definir os rumos da sigla na eleição.

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Elizabeth Warren chegou a ser apontada como favorita no final do ano passado, rivalizando diretamente com Biden. Mas os resultados das urnas foram bem abaixo do esperado, incluindo um terceiro lugar em Massachusetts, seu domicílio eleitoral. Na quinta-feira da semana passada ela anunciou a desistência, porém evitando apoiar um dos candidatos. Havia a expectativa inicial de que se unisse à campanha de Sanders, um amigo de longa data com quem chegou a trocar farpas durante a campanha.

Por outro lado, o site Axios revelou que ela já aparece em uma lista de nomes em um eventual governo Biden, cotada para o Departamento do Tesouro. Apesar das diferenças políticas, o ex-vice-presidente de Barack Obama e assessores acreditam que a indicação seria capaz de "unir o partido". Alguns assessores também cogitam colocá-la como vice-presidente. Nenhum dos envolvidos comentou a reportagem.

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'Bernie ou nada'

A pesquisa da Reuters/Ipsos também revela um dado preocupante para a campanha democrata como um todo: apenas 60% dos eleitores identificados com Bernie Sanders dizem que votariam em Joe Biden caso ele seja o indicado. Outros 30% afirmam que não vão sair de casa no dia da eleição — o voto nos EUA não é obrigatório — ou então devem apoiar um candidato ou candidata de outro partido. Os 10% restantes dizem que podem votar em Donald Trump se Biden for o escolhido.

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Em 2016, um percentual similar de eleitores de Sanders, derrotado por Hillary Clinton no campo democrata, votou no republicano, mas não se sabe o impacto que isso teve na derrota dela. A pesquisa ouviu 1.114 eleitores e tem margem de erro de cinco pontos percentuais.

 

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