Postado às 06h37 | 19 Set 2020
Diário de Notícias, Lisboa
P ela primeira vez na sua história de 175 anos, a revista norte-americana Scientific American endossou uma candidatura à Casa Branca, ao declarar a sua preferência pelo democrata Joe Biden porque o presidente Donald Trump "rejeita" a ciência.
"Não o fazemos de ânimo leve", escreveram os editores num duro editorial anti-Trump publicado online para a edição de outubro da revista (e com um título diferente). "As provas e a ciência mostram que Donald Trump prejudicou gravemente os EUA e o seu povo - porque ele rejeita as provas e a ciência", escrevem.
O exemplo mais devastador, dizem , é a "resposta desonesta e inepta" do presidente à pandemia de covid-19, que custou quase 200.000 vidas norte-americanas desde finais de fevereiro, pouco antes de Trump anunciar uma emergência nacional.
Mas o coronavírus é apenas o primeiro de uma longa lista de erros e posições políticas alarmantes de Trump, dizem os editores, incluindo a sua "negação contínua da realidade" em relação às alterações climáticas que "mancharam" os preparativos dos EUA para combater a crise.
"Também atacou as medidas de proteção ambiental, os cuidados de saúde, e os investigadores e agências científicas públicas que ajudam este país a preparar-se para os seus maiores desafios", acrescentam.
"É por isso que vos exortamos a votar em Joe Biden, que está a propor programas baseados em factos para proteger a nossa saúde, a nossa economia e o ambiente". O antigo vice-presidente "está preparado" com uma multiplicidade de planos para controlar a Covid-19, escrevem.
O seu plano de 2 biliões de dólares para criar um setor energético livre de emissões até 2035 ajudará a reduzir as emissões de carbono, e ele irá restaurar o papel da ciência na formulação de políticas. "Estas e outras propostas que apresentou podem colocar o país de novo no bom caminho para um futuro mais seguro, mais próspero e mais equitativo", dizem os editores.
A Scientific American foi fundada em 1845 e é a mais antiga revista publicada continuamente no país. Hoje chega a mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo através de todas as plataformas.
Em 2016, uma maioria esmagadora de publicações, entre jornais diários, semanários e revistas, apoiou a candidata democrata, Hillary Clinton, na eleição que acabou com a vitória do empresário nova-ioquino.