Postado às 09h02 | 19 Jan 2021
Painel
Criticado por sucessivos erros na condução da pandemia nos últimos dias, Eduardo Pazuello (Saúde) tem sido visto como um para-choque de Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. Para auxiliares do presidente, o ministro foi para a linha de frente em um dos momentos de maior cobrança por ações do governo federal. O general deu três entrevistas coletivas em menos de 24 horas, enquanto Bolsonaro sumiu por um período das redes sociais e falou apenas algumas palavras com apoiadores.
Como escudo, Pazuello mentiu, distorceu dados, fez promessas que se desmanchavam horas depois e evidenciou as falhas do governo. Apesar do desgaste reconhecido no próprio Palácio do Planalto, no fim da tarde desta segunda (18) uma troca estava descartada, nas palavras de auxiliares de Bolsonaro.
Políticos observaram uma mudança de comportamento na dinâmica. Na semana passada, o general chegou a dizer que preferia não falar com a imprensa e que essa responsabilidade era de seu secretário-executivo. Justificou que, se o auxiliar erra alguma informação, o chefe ainda pode corrigir.
Auxiliares afirmam que Bolsonaro tem dito em reuniões que acredita que haverá uma redução em sua popularidade em pesquisas no início deste ano, a que ele atribui ao fim do auxílio emergencial e não tanto à condução da pandemia ou falta de vacina no Brasil.