Postado às 05h57 | 25 Mar 2020
Mônica Bergamo
O prestígio de Paulo Guedes sofreu abalos até mesmo em parte de sua equipe no Ministério da Economia. No meio da crise, ele se trancou em casa, no Rio, de quarentena, e só se comunicava até a terça (24) por videoconferência.
Assessores da pasta já desabafavam dizendo que a falta de liderança e o vazio deixado por Guedes teriam aberto a “porteira” para que todos palpitassem sobre economia e propusessem medidas: o Congresso, o STF (Supremo Tribunal Federal), os governadores estaduais e até mesmo o TCU (Tribunal de Contas da União).
Restaria à equipe agora ficar na rabeira correndo atrás do prejuízo.
Nesta semana, Paulo Guedes mandou auxiliares despacharem com algumas das principais lideranças do Congresso.
Na segunda (23), ele não participou de videoconferência com os governadores do Nordeste. Mandou o secretário especial Waldery Rodrigues Junior no lugar.
O núcleo mais próximo do ministro, no entanto, diz que ele segue motivado. Fala com o presidente Jair Bolsonaro a todo momento, fez reunião com o BNDES e com a CEF (Caixa Econômica Federal) e com o ministro da Saúde, Luiz Mandetta. Na quarta (24), participou de videoconferência com governadores do centro-oeste.
O ministro disse a interlocutores que saiu de Brasília porque nem suco mais serviam a ele no hotel em que estava –os serviços na cidade estão restringidos por causa do coronavírus. Ele relatou que está trabalhando como um alucinado. E que nada sai da pasta da Economia sem passar por seu crivo.