Postado às 17h06 | 13 Jul 2020
Lauro Jardim
A declaração de Gilmar Mendes, em que acusou o Exército de se associar a um "genocídio" que estaria ocorrendo no Brasil, revoltou o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e os comandantes das três forças.
Afirmou Gilmar durante uma "live" no sábado:
— Não é aceitável que se tenha esse vazio no Ministério da Saúde. Pode até se dizer: a estratégia é tirar o protagonismo do governo federal, é atribuir a responsabilidade a estados e municípios. Se for essa a intenção, é preciso se fazer alguma coisa. Isso é ruim, é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável.
Edson Pujol, do Exército, ficou especialmente furioso, por ter recebido Gilmar numa audiência cerca de três semanas atrás.
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Ainda assim, Azevedo e Silva e a cúpula das forças preferiram não reagir imediatamente à bomba atirada por Gilmar no sábado. Optaram por dar um tempo para que o ministro pudesse pedir desculpas ou se retratar de alguma maneira.
Gilmar não só não voltou atrás, como, mais tarde, voltou a reafirmar suas críticas no Twitter. Foi a gota d'água para os militares emitirem uma nota oficial e procurarem a Justiça.
No Ministério da Defesa, agora, há a expectativa de que Dias Toffoli, de quem Fernando Azevedo e Silva já foi assessor, entre no circuito para controlar a crise.