Postado às 06h01 | 07 Dez 2020
Ney Lopes
Nesta madrugada, 7, acabou a “novela” da autorização ou não pelo STF, da reeleição de Rodrigo Maia na Câmara Federal e Davi Alcolumbre no Senado. Por 6 votos a 5, o barrou a possibilidade de reeleição.
A primeira observação se dirige aos “enlouquecidos “e “fanáticos”, que já propagavam o “fechamento" e “desmoralização” do STF, apenas quando a votação começava com resultado desfavorável ao “mito” que defendem. Final da ópera: STF e venceu e os radicais perderam.
Mesmo se a decisão tivesse sido outra, esse comportamento fascista e ditatorial deveria ser rejeitado, para quem acredita na democracia. Entendeu a maioria da Corte, que deverá prevalecer a proibição de recondução dos Presidentes das Casas. A Constituição proíbe o retorno ao posto dentro da legislatura atual, que começou em fevereiro de 2019 e vai até fevereiro de 2023.
A decisão foi provocada pela Ação Direta de Inconstitucionalidade 6.524, ajuizada pelo PTB. Com a posição do STF fica claro que qualquer mudança somente poderá ser feita, através de emenda constitucional, com 60% dos votos em duas votações nas duas casas, autorizando a reeleição. De hoje em diante começa a guerra no Congresso.
O Presidente Bolsonaro quer mandar na pauta do senado e da câmara. Quando não consegue seu intento sempre coloca os seus radicais seguidores para esbravejarem em protestos.
Rodrigo Maia e Alcolumbre tiveram posições de resistência e equilíbrio, o que não satisfez o Presidente, que já lança o seu candidato à presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, líder do PP e do Centrão.Com a decisão do STF, fica fortalecido o nome do deputado Baleia Rossi (MDB) como provável representante do grupo de Maia na eleição para a presidência da Câmara.
No senado o líder do MDB, Eduardo Braga (AM), já se movimenta. Desejam também o cargo Eduardo Gomes (TO) e Simone Tebet (MS).
Muita água irá correr abaixo da ponte.
O que se espera é que o Congresso não se transforme em mero “objeto” de barganha nas mãos da Presidência da República, ou que seja, ao contrário, um “entrave “ à governabilidade.
O Brasil não merece esses radicalismos.