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Opinião: "Uma visita importante"

Postado às 06h53 | 30 Jan 2023

Ney Lopes

Chega hoje, 30, ao Brasil  Olaf Scholz, chanceler federal da Alemanha.

Desde a posse do presidente Lula, a Alemanha parece ter descoberto o Brasil, após congelamento ocorrido no governo Bolsolnaro, quando até as consultas bilaterais foram suspensas.

As relações  entre os dois países são consideradas muito antigas visto que, em 1824, teve início a colonização alemã no Brasil, com a chegada de imigrantes ao Rio Grande do Sul.

Em 1825, a Prússia reconheceu a independência do Brasil, e em 1826 houve a abertura do consulado brasileiro em Hamburgo.

Os alemães tiveram várias ondas migratórias para o Brasil, e seus costumes marcaram definitivamente nossa gastronomia, moda e arquitetura.

A influência não é pequena: na gastronomia, na moda, na arquitetura, nos eventos culturais.

A imigração alemã trouxe ao Brasil uma rica herança cultural.

Olaf Scholz chegou ao poder com a grande responsabilidade de suceder Ângela Merkel, a primeira mulher a comandar a Alemanha.

Ela saiu de cena festejada como uma das principais lideranças políticas do mundo.

Liderou os alemães durante a crise financeira internacional de 2008, a crise da Zona do Euro, a anexação da Crimeia, na Ucrânia, pela Rússia, em 2014, a crise dos refugiados na Europa, em 2015 e 2016, e durante a pandemia de Covid-19.

É chamada pelos alemães de “Mutti”, o que significa “Mamãe”, embora não tenha filhos

Agora, Olaf Scholz quer reativar as relações com a América Latina, e sobretudo com o Brasil, o país mais importante na região para a Alemanha pelo seu peso econômico e por sua relevância em questões como proteção ambiental e produtor de matérias-primas.

Ao longo de todo o século XX, desempenhou a Alemanha papel ativo no processo de desenvolvimento da economia brasileira.

Nos anos vinte e trinta, registra-se a presença alemã na estruturação dos primeiros meios de transporte aéreo brasileiros, com a fundação de filiais da Lufthansa e Condor (1927), da Varig (1927) e Vasp (1934), com capitais alemães e nacionais.

No momento, o tema central das relações com a Alemanha é o acordo comercial entre o Mercosul e União Europeia, cujas tentativas de entendimento foram suspensas no governo anterior.

A área de cooperação será a política climática, que enfrenta resistência do lobby do agronegócio.

O acordo deve ganhar um novo impulso, quando a Espanha assumir a presidência do Conselho Europeu na segunda metade deste ano.

A Espanha é uma grande defensora da zona de livre comércio.

Scholz chega ao Brasil depois de um ano de crise econômica na Alemanha.

As previsões são de que a maior economia da Europa poderá ter um leve crescimento de 0,3% em 2023, em vez da temida recessão de 0,7%.

Isso ocorrendo facilitará as relações futuras com a América Latina, principalmente o Brasil.

Por todas razões, a presença do premier alemão no Brasil é uma visita importante para o nosso futuro.

 

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