Postado às 05h29 | 25 Fev 2023
Ney Lopes
Volto a analisar o quadro político nacional.
A recente catástrofe no litoral de SP tornou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, beneficiário do contraste com as posições de Bolsonaro.
A aproximação com o presidente Lula ocorre normalmente, sem nenhuma intenção do governante paulista em desgastar o ex-presidente Bolsonaro.
Os fatos públicos e notórios falam por si e justificam a posição do governador paulista.
Eficiência - O estilo de Tarcísio Freitas faz com que, até agora, ele não tenha sinais de oposição em São Paulo.
A sua carreira vai nos últimos anos de técnico desconhecido do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, a um dos ministros mais eficientes do governo Bolsonaro.
Carreira - Capitão da reserva formado pelo IME e mestre em Engenharia de Transportes pela mesma escola, o engenheiro chegou ao Ministério da Infraestrutura como um nome técnico e agora, no governo de SP, aprende rápido a fazer política.
Posições lúcidas - Tarcísio de Freitas, embora integrasse a ala militar do governo Bolsonaro, manteve distância da militância radical bolsonarista e afastou-se da guerra ideológica.
Governa SP com civilidade e pragmatismo, partindo do princípio que defende, segundo o qual “Não importa se você é de direita ou de esquerda, pobre não sabe o que é direta ou esquerda. Ele [sabe que] precisa de teto, abrigo. Precisa de proteção, de saúde, de resolução de seus problemas imediatos”.
Futuro - Ainda é cedo para prognósticos políticos futuros. Mas, pelo andar da carruagem, Tarcísio afirma-se como um governante de centro-direita.
Considere-se, que a sucessão de erros de Bolsonaro, abriu espaço para novas lideranças.
Bom senso - Nos bastidores políticos de Brasília, comenta-se que Tarcísio de Freitas tentou convencer o presidente Bolsonaro da importância da vacinação contra a Covid-19.
Ele também buscou diálogo com o então colega de ministério, Sergio Moro, para evitar sua saída do governo.
Não obteve sucesso em nenhuma dessas missões, mas deixou a marca do bom senso.
Sinceridade - Outro aspecto relevante, é que Tarcísio de Freitas não esconde o que pensa.
Repete sempre que a esquerda não cabe em São Paulo, estado que ele acha ter vocação para o empreendedorismo e o capital.
Foi assim que ganhou a eleição.
E talvez seja assim, que se torne opção para a eleição presidencial de 2026.
Violência - Coronel Araújo, secretário de segurança pública, tem razão ao contestar uma ONG internacional, que colocou Natal e Mossoró na lista das 50 cidades mais violentas do planeta.
A metodologia usada é falha, a partir do fato de ter considerado a população de Natal de 1.4.mi pessoas.
Além disso, levou em consideração apenas 50 países, deixando de fora nesse ranking mundial 145 países.
José Dirceu – O ex-chefe da Casa Civil do Governo Lula passou por uma cirurgia para a drenagem de um hematoma no crânio, em Brasília.
Recupera-se bem.
Bolsonaro – Em Orlando, o ex-presidente Bolsonaro desabafou sobre o período do Planalto.
Citou o salário baixo de 33 mil reais e a falta de tempo para a mulher Michelle.
Armas - Maioria dos brasileiros é contra "liberou geral" no porte e posse de arma.
Levantamento mostra que 60% dos brasileiros são contrários à flexibilização no porte e posse de arma pelos cidadãos.
Michelle – A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro está animadíssima com a política.
Recentemente, na condição de presidente do PL mulher, juntou 12 deputadas na sede do partido.
Em março, mês do Dia Internacional da Mulher, comandará grande evento partidário.
Teste - O governo considera que a base aliada só será testada em maio, quando vencem as primeiras medidas provisórias (MPs) assinadas por Luiz Inácio Lula da Silva.
Guerra – Ontem, 24, completou um ano da guerra na Ucrânia, sem perspectivas de paz.
Janja – A primeira dama Janja manifestou o propósito de sempre acompanhar o presidente, em eventos públicos.
Mas, na recente catástrofe paulista preferiu comparecer a uma festa carnavalesca em Brasília, não indo a SP.
Estados Unidos – Em resumo, foi positiva a viagem do presidente Lula à Washington.
Há muitas áreas em que os dois países falam a mesma língua.
As discordâncias não deverão influir no desenvolvimento normal das relações entre o Brasil e os EUA.
Visita - Nesta terça feira, o secretário de estado americano John Kerry chega ao Brasil para discutir temas ligados ao meio ambiente.
Sem dúvida, uma negociação delicada.
Aceitar os Estados Unidos como parceiro nessa área é uma coisa.
É outra coisa entregar a nossa política ambiental a Washington.
(Texto publicado também no jornal AGORA RN, de Natal,RN, e no Diário do Poder, DF)