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Opinião: "Solidariedade para Trump e aplausos por gestos de Biden"

Postado às 18h39 | 15 Jul 2024

Ney Lopes

O ex-presidente Donald Trump fazia um comício na pequena cidade de Butler, Pensilvânia, de 13.502 habitantes, quando o jovem Thomas Crooks, de 20 anos, auxiliar de enfermagem, disparou várias vezes uma espingarda, comprada pelo seu pai. 

Estava localizado no telhado de um prédio, a 150 metros de distância do palanque de Trump. 

Ele tentou entrar para o time de rifle da escola, mas não conseguiu.

Não só não entrou, como foi pedido para não voltar, porque era um atirador ruim, considerado perigoso.

No entanto, ele tinha a reputação de ser um aluno brilhante e colega tranquilo.

Em entrevista após o ocorrido, ao jornal New York Post, o candidato Trump afirmou sobre o agressor: “eles o mataram com um tiro bem entre os olhos”.

Os disparos de espingarda mataram um homem de 50 anos e feriram gravemente dois outros espectadores. A orelha de Trump foi atingida, próximo ao boné vermelho onde via-se a inscrição“Make America Great Again”.

Não há evidências de que Crooks estava operando como parte de um grupo maior, mas o motivo permanece obscuro.

Cenário do atentado

No âmbito do partido Republicano há um sentimento de revolta e orgulho.

O primeiro, pelo barbarismo do atentado.

O segundo, em razão da resposta imediata de Trump ao tiroteio.

Sua presença de espírito em levantar o punho para a multidão, sinalizou que estava vivo, sendo considerado um ato de liderança.

Para o historiador Douglas Brinkley “há algo no espírito americano que gosta de ver fortaleza e coragem sob pressão, e o fato de Trump ter erguido o punho se tornará um novo símbolo”.

Nem se tivesse sido produzida pela equipe de marketing de Trump, a foto teria sido melhor.

O cenário mostra a bandeira dos Estados Unidos desfraldada atrás do candidato, que após o tiro se ergueu em dez segundos, com o punho cerrado e a multidão aplaudindo.

Reagan e Trump

A foto do punho no ar, o sangue escorrendo pela lateral da cabeça e a bandeira americana perfeitamente estendida sobre ele, causou euforia na equipe de marketing para uso na campanha.

O tiroteio na Pensilvânia compara Trump ao presidente Ronald Reagan, que também sofreu atentado.

A propósito, conta-se a história de que Reagan subiu muito na opinião pública, após o ataque sofrido.

Os seus assessores diziam, que uma facada, um tiro no presidente, opera como antibiótico errado: quando não mata o bicho, o fortalece.

Anos mais tarde, os auxiliares de Reagan sonhavam com uma repetição: uma outra bala o transformaria em imperador.

Biden, posição de estadista

Observadores identificam benefício político também para Biden, sobretudo entre os indecisos, por força de sua posição de verdadeiro estadista na solidariedade dada ao ex-presidente Trump e família.

Rina Shah, estrategista política dos EUA, diz que uma coisa ficou clara:

“Não importa o que aconteça, tudo muda daqui em diante”.

Os fatos, até agora, mostram realmente ter ocorrido um divisor de águas.

A sentença contra Trump, que seria divulgada em agosto, ficou para11 de setembro (data do ataque às torres gêmeas do World Trade Center, na ilha de Manhattan, em Nova York) e está em segundo plano a própria pressão para Biden retirar a candidatura.

O FBI diz que não há evidências de que o atirador estava operando como parte de um grupo maior, mas o motivo permanece obscuro. Já existem questionamentos sobre a veracidade do ataque, sem qualquer prova.

Consequências no Brasil

E as consequências desse trágico episódio para a política americana e, inclusive, para a política brasileira?

Na política brasileira, abrem-se perspectivas de fortalecimento da direita bolsonarista, caso Trump realmente se eleja.

Aliados do presidente Lula (PT) temem que seja reforçado o discurso de que há perseguição contra a direita no mundo.

Também avaliam que o caso tende a aumentar a pressão contra o democrata Joe Biden e aproximar o candidato republicano da vitória nas eleições dos Estados Unidos.

A essa altura, é aguardar o desdobramento dos fatos consumados, sendo fundamental que os líderes continuem a diminuir a temperatura para evitar mais violência ou ataques retaliatórios.

Hoje na história

No dia 16 de julho de 1950 o futebol brasileiro sofreu, provavelmente, uma das suas mais amargas derrotas da história.

No primeiro mundial realizado após o encerramento da Segunda Guerra Mundial, jogando em casa, o Brasil perdeu por 2x1 para o Uruguai.

No ano 622, A Era Muçulmana começa - Maomé começa a voar de Meca para Medina (Hijra)

 

 

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