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Opinião: "Sofrimento latino-americano"

Postado às 07h31 | 12 Jul 2020

Ney Lopes

A América Latina continua sendo a região do mundo que mais sofre com a pandemia. Segundo a OIT foram extintos cerca de 47 milhões de postos de trabalho em tempo integral. Em horas trabalhadas, o déficit latino-americano é de 20,5% de suas horas, seis pontos a mais que a média mundial.

A queda nas Américas supera a da Europa e Ásia Central (13,9%, equivalentes a 45 milhões de empregos), Ásia e o Pacífico (13,5%), países árabes (13,2%) e África (12,1%). Trata-se da maior perda de horas de trabalho no mundo. Mais da metade dos casos considerados ativos estão na região.

A OMS declarou que a região é o novo epicentro da doença. O Brasil lidera a expansão do vírus e está em segundo lugar no pódio de contágios, atrás apenas dos Estados Unidos e na frente da Rússia. Neste contexto, já começam a ser discutidas algumas alternativas objetivas para a recuperações econômica e social dos latino-americanos, após a pandemia.

Vejamos algumas delas, em debate.

A criação de um imposto extraordinário às empresas que se beneficiaram da crise do coronavírus, como as de tecnologia e as farmacêuticas, e maior transparência fiscal para impedir a evasão de impostos das grandes fortunas e empresas multinacionais.

Também é sugerida ações fortes no combate à sonegação fiscal. A renda básica, recentemente aprovada na Espanha, é outra iniciativa em estudo. Essa medida reduziria a pobreza extrema, que pode superar os 90 milhões de latino-americanos neste ano, de acordo com a CEPAL. Diante de tantos desafios, a posição do Brasil deverá ser de planejamento, bom senso, permanecer vigilante e implementar agressivamente medidas comprovadas de saúde pública.

Relaxar as restrições de isolamento social, dependerá dessas estratégias, que exigem participação ativa, não apenas dos governos, mas sobretudo conscientização da população.

Se a opção brasileira for de “pagar para ver”, definitivamente o país passará à história como o pior exemplo global no combate à pandemia.

Mais uma vez, Deus precisa ser brasileiro!

 

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