Postado às 07h20 | 30 Jun 2022
Ney Lopes
Todos os dias são publicadas pesquisas eleitorais.
O RN não é exceção.
Uma das últimas em Natal gerou controvérsias pelos comentários contrários aos resultados, da conceituada jornalista Thaisa Galvão, em programa na TV Ponta Negra.
A diretora da TV, Micarla de Souza, deu prova de altivez.
Declarou, que a sua empresa dá liberdades aos seus jornalistas.
Merece registro e aplausos, tanto o direito da opinião emitida, quanto a reação do órgão.
Sou jornalista desde 14 anos de idade.
Logo depois, me iniciei na política estudantil e em seguida a partidária.
Fui fundador do MDB em 1966 e candidato a deputado, sem nenhum apoio ou recursos.
Quase me elegi.
Como Brizola repito: “venho de longe”.
A propósito de pesquisas em época eleitoral, só existem dois tipos: aquelas idôneas, cujo objetivo é apurar a verdade das tendências coletivas e outras contratadas por “debaixo do pano” por “partidos”, candidatos, marqueteiros e interessados no resultado do pleito.
Essas últimas têm resultados antecipados e "dirigidos", ou impulsionam candidatos, ou evitam que outros nomes cresçam.
O custo de uma pesquisa é caríssimo.
Um pré-candidato ao senado, como no meu caso, não pode contratá-las.
Até porque o meu partido é pequeno e não tem Fundo Eleitoral.
Qual é a consequência?
Aceitar com paciência os resultados divulgados.
Por essa razão não protesto, nem levanto dúvidas públicas sobre pesquisas.
Afinal, como instrumento cientifico elas são válidas.
Sabe-se que as atividades científicas, assim como todas as demais, não estão imunes a situações desonestas.
A fraude pode ocorrer em várias etapas da pesquisa, desde o planejamento, execução até, principlamente, na sua divulgação.
Por tais razões, com legítimas exceções de instituições éticas, essas consultas em época de eleição podem fazer muito mal a candidaturas sem estruturas de poder, apoio de governos e de grupos econômicos.
Na atual eleição, no caso específico da disputa do senado, o que se vê no RN são candidatos patrocinados publicamente por estruturas poderosas de governo e de mandatos (emendas parlamentares), todos com "ofertas" milionárias de recursos públicos à luz do meio dia, até com entregas de "bens" em passeatas e comícios.
Não se nega que o dinheiro distribuido, tratores e outros benefícios favorecem os municipios carentes, que precisam de ajuda.
Porém, como notório instrumento de aliciamento eleitoral não se justifica.
Desequilibra por completo a disputa pelo voto.
O candidato que não "tem o que dá de dinheiro público ou privado" não é nem recebido por lideranças, regra geral.
As nominatas proporcionais se formam à base dessas dádivas.
Nas festas juninas recentes, vimos "muitos" "saltitando" nas quadrlhas, ao lado de seus candidatos, em troca do que receberam , ou irão receber.
Há situações incríveis: mesmo com a violenta polarização estadual entre prós e contra o PT, há municipios em que candidato une os dois lados.
Como isso?
O que é público e notório não exige provas.
As pesquisas “dirigidas”, até como “salvaguarda futura” do conceito do pesquisador, apontam índices altíssimos de “indecisos”.
A "chave de seguro" é caso o quadro eleitoral mude no final, eles dirão que previram no percentual de indecisos.
Porém, prestam serviço aos contratantes deixando-os com bons índices.
É por aí que caminho pessoalmente como pré-candidato ao senado.
Mesmo com larga folha de serviços concretos prestados como deputado federal e 24 anos de experiência no Congresso Nacional, enfrento dificuldades aparentemente insuperáveis, exigindo persistência e espírito público, que não me faltam.
Não posso negar a força que recebo, por mensagens (até anônimas), de apoio e estímulo.
Até de quem não esperava.
Outros, temerosos das represálias dos governos patrocinadores dos candidatos, pedem para ficar no anonimato.
A minha luta será dirigida, após a pré-candidatura, àqueles que já se decidiram, mas as pesquisas omitiram.
Também aos que ainda indecisos, poderão fazer uma opção livre em 2 de outubro próximo.
Fé em Deus e no povo.
Nas pesquisas não (com exceções).
Estou coletando.dados e depois da eleição farei publicação, talvez até livro, sobre esse tema político.
Já tenho provas concretas e continuarei a colhe-las.
Post scriptum - Recebi telefonema de uma senhora do Oeste potiguar.
Ela me confessou que estava na feira e um pesquisador disse os nomes dos candidatos ao senado, inclusive o meu.
Pediu a opinião dela.
Embora com a família vote em mim, citou o nome do candidato indicado pelo prefeito e deputado da cidade como seu preferido, temendo que fosse espionada e demitissem a filha que trabalha na Prefeitura.
Infelzimente, é assim o RN de hoje!