Postado às 07h06 | 30 Mai 2021
Ney Lopes
São comuns versões e boatos sobre a possível ineficácia da vacina chinesa Corona Vac.
O tema deve ser tratado na ótica cientifica, sem considerar o fato da origem do imunizante ser de país comunista.
Outro aspecto levado em conta é que as vacinas do Ocidente têm marcas muito mais conhecidas, do que aquelas do continente asiático.
Na produção de medicamentos, a concorrência é violentíssima e uma das armas são falsas análises para prejudicar concorrentes.
No caso da Corona Vac, recente estudo de “Efetividade da Vacinação” contra Sars-CoV-2, realizado com a população do Uruguai, publicado nesta quinta-feira, mostra que a redução de infecções é de 97%, contra 80% da americana Pfizer.
Em pessoas que receberam duas doses, a vacina reduziu a infeção pelo SARS-CoV-2 em 57% e as hospitalizações em cuidados intensivos em 95%.
A Coronavac é amplamente utilizada na China e vários países.
Os números do Uruguai são melhores do que os apresentados pelo Instituto Butantan, responsável pela produção da CoronaVac no Brasil, quando foi concluída a fase 3 dos testes.
Cabe observar que nunca existiu no mundo vacina 100% segura.
Os imunologistas e virologistas fazem questão de relembrar que a vacina não é uma panaceia e haverá sempre quem vá adoecer.
Se mais de 90% das pessoas forem vacinadas, a quantidade do agente infeccioso em circulação será reduzida, por praticamente não ter pessoas para infectar.
Sabe-se que, mesmo com as taxas de vacinação contra o sarampo atingindo 90%, os surtos voltam, porque se trata de uma doença extraordinariamente infecciosa
No caso do estudo citado no Uruguai, do número total de 712.716 pessoas totalmente imunizadas com a CoronaVac até 25 de maio, 5.360 testaram positivo para o novo coronavírus. Destas, 19 precisaram de internação em UTI e seis faleceram.
Da mesma forma, do total de 149.329 pessoas completamente imunizadas com a vacina da Pfizer até a mesma data, 691 foram infectadas, apenas uma necessitou de hospitalização na UTI e oito morreram.
A conclusão é que são raras as reações graves às vacinas.
Assim vale a máxima de que “é melhor prevenir que remediar”. .
O prejuízo de não vacinar é muito maior do que vacinar.
Ao logo da história são comuns certos mitos e inverdades, até decorrentes da concorrência econômica.
Por exemplo: em relação a vacina contra sarampo propagou-se que daria causa ao autismo.
A informação foi questionada, mas o que fica no inconsciente coletivo é a dúvida.
Posteriormente,, foi comprovado que o autismo não tem relação alguma com a vacina e que autor do “boato” Andrew Wakefield fraudou dados para provar sua hipótese.
Com a farsa descoberta, baniu-se o pesquisador da comunidade científica, mas a mentira continuou sendo propagada.
Pelo que se percebe, não há razões para preconceitos contra a Corona Vac.
As vacinas, desde que comprovadas cientificamente, são os únicos meios de conter e eliminar a catástrofe da pandemia, que se abate sobre a humanidade.