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Opinião: "Sangue nos olhos do PT" prejudica Lula

Postado às 07h05 | 20 Jan 2023

Ney Lopes

O presidente senta hoje na mesa com os comandantes Julio Cesar de Arruda (Exército), Marcos Sampaio Olsen (Marinha) e Marcelo Kanitz Damasceno (Aeronáutica).

Após a vitória sabe-se que a estabilização do seu governo dependerá do sucesso na economia e bom relacionamento militar.

Por isso, o pedido inicial de Lula aos chefes militares é que  não permitam casos de politização na tropa.

Ele exigirá também   punição a episódios de indisciplina e aos militares que participaram dos ataques em 8 de janeiro.

O calcanhar de Aquiles, no momento, é conter o ímpeto revanchista de petistas radicais (assemelham-se aos bolsonaristas radicais). que não se preocupam com o Brasil e desejam retaliação generalizada.

Observa-se que o radicalismo petista mostra “sangue nos olhos” e pede a “cabeça” de José Múcio, reclama do ministro Flávio Dino, quer afastar definitivamente governador do DF, “enquadrar” Alexandre Morais e vai por aí.

Esse caminho, se adotado pelo governo, é perigoso e se contrapõe a “união de todos” pregada por Lula.

Inegavelmente, o momento impõe bom senso, que é o contrário de retaliação generalizada.

As sanções podem ser aplicadas, em clima que não comprometa a estabilidade econômica, social e política do país.

Há, entretanto, corrente do PT (diz-se  liderada pela presidente Hoffman) que deseja aplicações urgentes de penalidades a Bolsonaro e seus seguidores, de forma que o ex-presidente sofra o que sofreu Lula, após sair do governo.

A hora é de saber agir com tolerância e equilíbrio.

Se o governo empreender uma “caça às bruxas”, Bolsonaro e os grupos radicais que o apoiam podem se fortalecer a médio prazo

O ex-ministro Nelson Jobim pregou cautela ao comentar os atos golpistas do dia 8 em Brasília e advertiu do risco político do PT radicalizar, igualando-se ao estilo Bolsonaro.

 Jobim lembrou que o resultado das urnas foi apertado e disse que a vitória foi "pequena".

E ainda alertou para o perigo de "radicalização de uma extrema esquerda", que hoje vê como próxima do entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O “jogo está jogado”. A Constituição foi respeitada para o bem do país.

Agora, cabe ao governo Lula agir de forma que contribua para a Paz social, sem acirrar ânimos e sem estimular rebeldia.

Para isso, o seu Partido – PT – terá que olhar o interesse nacional, sem sangue nos olhos para não prejudicar o governo.

O país espera isto de quem tenha equilibrio político e emocional.

 

 

 

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