Postado às 16h53 | 25 Ago 2020
Ney Lopes
A Petrobrás anunciou, que fará a venda da venda suas participações em campos de produção de petróleo terrestres e de águas rasas, localizados na Bacia Potiguar, no RN. Além das concessões está incluída a Refinaria Clara Camarão, de Guamaré/RN. A notícia causou violento impacto. Sobretudo por não ter tido aviso prévio.
Sabe-se que, o raciocínio frio do “liberalismo”, defendido pelo “tzar” da nossa Economia, o ministro Paulo Guedes, não abriga muitas explicações. Mas, isso não impede, que as forças vivas do Estado busquem essa explicação.
Ninguém pode “tapar o céu com a peneira” em relação a violenta crise da economia global, que envolve a indústria de petróleo e gás. Todavia, não está totalmente descartada a hipótese de ser apenas uma crise conjuntural decorrente da pandemia.
Dessa forma, qualquer descapitalização em massa de bens públicos, gera riscos e interrogações quanto ao futuro. No caso do RN, desde 1951 (descoberta do primeiro campo em Ubarana, na costa de Guamaré) foi constatado, que os nossos campos em águas rasas e terrestres são os maiores do Brasil.
Há, portanto, um potencial econômico, que não pode ser descartado. Tanto é verdadeiro, que esses “bens” colocados à venda serão adquiridos por grupos privados, cujo objetivo será unicamente o lucro, o que é legítimo, em termos de economia privada, mas não pode ser aceito como unica explicação, na ótica do interesse coletivo.
Afinal, a defesa do petróleo brasileiro não pertence à esquerda, ou a direita. É patrimônio nacional. E a natural dependência econômica do RN desse produto, decorre das jazidas existentes em nosso território e a geração de riqueza decorrente.
A Petrobras envolve no RN milhares de famílias, negócios de fornecimento de materiais, terceirizações, oferta de empregos, impostos etc.
Por isso, cabe explicação e justificativa convincentes sobre a decisão anunciada. Enfim, durante anos e anos o governo federal beneficiou-se da nossa riqueza, extraindo petróleo e gás na bacia potiguar. Já perdemos a área de livre comércio e a ferrovia Transnordestina.
Há que ser oferecida uma compensação.
É o mínimo que se pede!