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Opinião: "Retorno às aulas em Natal: uma sugestão"

Postado às 05h53 | 30 Jul 2020

Ney Lopes

A Prefeitura de Natal desistiu de autorizar a volta às aulas presenciais nas instituições privadas de ensino, a partir de 10 de agosto. A nota diz ter sido ouvido, novamente, o comitê científico municipal, o mesmo que já referendara a reabertura, com base em dados estatísticos e epidemiológicos de redução da pandemia em Natal.

Toda cautela é pouca.

Todavia, desde que adotadas as medidas sanitárias, o que se observa no mundo é uma tendência de reabertura das aulas.

A ONU, UNICEF e Banco Mundial concluíram que interrupções no período de ensino presencial podem ter impacto grave sobre a capacidade de aprendizagem do estudante. Quanto mais tempo as crianças permanecerem fora da escola, menor será a probabilidade delas retornarem.

Pesquisa publicada no portal da “The Lancet Child and Adolescent Health”, baseada em três epidemias distintas (covid-19, gripe sazonal e SARS) concluiu, que o fechamento isolado de escolas somente evitaria entre 2% e 4% de todas as mortes, muito menos que outras intervenções de distanciamento social.

A “Folha”, em editorial de hoje, 30, diz que diversos países retomaram atividades pedagógicas sem aumento na taxa de infecções ligado às escolas. Na Europa, o período de férias está se mostrando muito mais preocupante, do que o de aulas, no que diz respeito ao aumento de contágios.

Diante dessa realidade, o atual momento impõe decisões para o retorno às aulas e definição de procedimentos, como aquele da chamada "alfabetização higiênica", que consiste em   professores agirem como promotores da saúde, estimulando hábitos de atividades físicas, boa higiene pessoal, dieta balanceada e advertência sobre comportamentos de risco.

Aos pais, caberia não enviar a criança à escola, em caso de qualquer sintoma de saúde. No Uruguai, os estudantes são submetidos a um questionário diário para monitorar, se eles ou algum morador de suas casas está doente.

Esse caminho seria melhor, do que não autorizar o retorno às aulas e prolongar os imensuráveis prejuízos, que a ausência terá para os jovens e adolescentes.

Apenas, uma sugestão ao Prefeito Álvaro Dias, de Natal.

 

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