Postado às 06h05 | 23 Mai 2023
Ney Lopes
Lamentáveis as ofensas de torcedores em coro no estádio Mestalla, na Espanha, dirigidas a Vinicius Jr, jogador brasileiro, atuando no Real Madri.
O crime de racismo foi cometido no último domingo, sem qualquer vergonha ou discernimento.
Entenda o caso – Numa jogada, Vinicius Junior foi atrapalhado por uma segunda bola dentro de campo.
O atacante reclamou disso com a arbitragem e a torcida o hostilizou fortemente, com xingamentos racistas, gritando "mono" - macaco, em espanhol - a cada vez que ele tocava na bola.
O fato denunciado ao árbitro Ricardo De Burgos Bengoetea, paralisou a partida.
Essa foi a décima vez em que Vinicius Jr é alvo de racismo na temporada
Agressão – Após algum tempo, nova confusão.
O goleiro Mamardashvili partiu para cima de Vinicius com outros atletas.
No meio do empurra-empurra, o atacante Hugo Duro deu um mata-leão no brasileiro, segurando-o pelo pescoço (golpe de estrangulamento usado nas artes marciais japonesas, realizado pelas costas do oponente).
Injustiça- Vinícius reagiu em legítima defesa, envolvendo vários jogadores.
Porém, o árbitro expulsou apenas o brasileiro.
A injustiça indignou até o influente Gary Lineker, apresentador do programa ‘Match of the Day’ da BBC, de Londres que escreveu “Mais uma vez, o jogador alvo de abusos é a única pessoa a ser castigada. ”
Condenação - O compromisso com a democracia passa pela busca de sociedade mais inclusiva, que só será possível se rompermos com políticas institucionais racistas e misóginas.
A Liga de Futebol espanhola mostrou-se conivente com o crime de racismo.
FIFA - O presidente da entidade Javier Tebas pronunciou-se para acusar o jogador brasileiro.
O presidente Lula fez a denúncia.
Agora é aguardar o que dirá a FIFA, que não poderá calar, diante de fato de tamanha gravidade para o futuro do futebol.
Realismo I– A causa de não realização do encontro de Lula e Zelenski, no Japão, não parece ter sido uma questão de “falta de espaço” nas agendas de ambos.
O presidente ucraniano não recua na sua posição de líder internacional para somar apoios e derrotar os soviéticos.
Nessa ótica, ele enxerga Lula como alguém que poderá tomar o seu espaço na mídia, em nome de buscar a Paz.
Realismo II – Tanto é verdadeira essa versão, que Zelenski não criou dificuldades para encontrar-se com o primeiro ministro da Índia, que tem se aproximado cada vez mais da Rússia.
Portugal - O Papa Francisco vai chegar a Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude, em 2 de agosto, regressando a Roma no dia 6. A visita a Fátima agendada para dia 5.
Grécia - Na eleição do último domingo, os gregos optaram pela continuidade e reconduziram o conservador Mitsotakis.
Rejeitaram a virada a esquerda proposta pelo líder Syriza Tsipras.
África - O Itamaraty prepara agenda robusta de Lula na África. Ainda não há datas nem países a serem visitados, mas a lista de convites inclui Angola, Nigéria e Moçambique.
Crescimento - A África tem 1,3 bilhão de pessoas; mais de 60% das terras aráveis ainda disponíveis; 65% da população é jovem, tem menos de 25 anos; é o Continente que tem, hoje, a maior taxa de crescimento.
Reforma tributária - Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco e o da Câmara, Arthur Lira poderão ser aliados.
O que os une é a meta de aprovar a reforma tributária e facilitar a mobilização para as eleições de 2026, junto ao empresariado.
Janja – Crescem nos bastidores críticas a exposição pública, considerada desnecessária, da primeira dama Janja.
Ela exagera na frequência a boutiques de luxo, divulgação das viagens internacionais no Instagram como turismo, além de interferências em certos ministérios.
Herança de Bolsonaro – O governo do ex-presidente deixou estoque de 90 milhões de hectares de terra.
Para comparar, a produção de soja ocupa 42 milhões de hectares.
Portanto, há solução para evitar que o Movimento dos Sem-Terra ocupe, como vem fazendo, terras produtivas.
É só o governo querer.
Cassação – Com vários deputados acusados depois da Lava-Jato, a tendência da Câmara é conceder o amplo direito de defesa ao deputado Deltan Dallagnol.
Há uma corrente, que deseja aplicar a tese de que mandato eletivo só pode ser tirado pelo eleitor.
Outros preferem cumprir a decisão do TSE.
(Coluna publicada hoje no jornal AGORA RN)