Postado às 05h36 | 26 Nov 2022
Ney Lopes
Prosseguem os trabalhos da equipe de transição do governo federal.
Ultimamente, a imprensa tem insistido na necessidade do Presidente Lula indicar um interlocutor político, a quem delegue o anúncio de tomada de decisões, diante de impasses ocorridos.
Impossibilidade – Aqui opino com base na minha longa experiência política.
Acho que ninguém fala pelo presidente, governador ou prefeito eleitos.
Não pode nem transmitir recado, quanto mais decidir.
Gera ciúmes e contestações generalizadas.
Experiência – Narro a seguir experiências pessoais que vivi.
No governo Cortez Pereira era Chefe da Casa Civil.
O governador chamou-me e disse: “converse com os deputados, políticos e resolva o que eles pedem”.
Alegou que a sua preocupação seria a administração, em montagem.
Resultado – Fui “queimado vivo” somente por dizer que estava credenciado pelo governador para conversar e decidir questões políticas.
Só aceitavam dialogar com o governador.
Formaram-se grupos de resistência a mim entre os próprios secretários de estado, cada um considerando-se “senhor de si”.
Com três meses no cargo resolvi sair e assumiu Maia Neto, um cearense que veio para o governo.
Ocupei a Secretaria de Justiça.
Outra experiência – Deputado federal e candidato a vice-governador, na chapa de Garibaldi Alves, em 2006, ocorreu problema político em Caicó.
Para solução amigável era necessária ponderação política junto ao então deputado Álvaro Dias, de largo prestígio no PMDB e presidente da Assembleia.
Garibaldi me delegou essa missão.
Não consegui sucesso.
Alckmin e PT – Em Brasília, mesmo tendo sangue de barata, o vice-presidente eleito Alckmin está “comendo o pão que o diabo amassou”.
O governo paralelo do PT, nas pessoas de Gleisi Hoffmann e Aloizio Mercadante, assemelha-se a “dois seguranças”, sempre ao seu lado, com recados até faciais.
Se Lula formalizar Alckmin como seu interlocutor político, o incêndio se propagará, sem controle.
Síntese – A conclusão é que o melhor interlocutor político num período de transição de poder é aquele que se elegeu.
E mais ninguém!
PS. No caso do presidente Lula, que convalesce de doença na garganta, poderá usar o estilo de "comunicados" lidos pela assessoria, ou até "bilhetinhos" como fazia Jânio Quadros.
A propósito, a inspiração de Jânio para os bilhetinhos veio do estadista inglês Winston Churchill.
Diante da burocracia inglesa, ele escrevia bilhetes com ordens curtas e incisivas, e com o menor número de palavras.
Mirassol – Acesa ontem, 25, a tradicional árvore de Natal de Mirassol.
Na ocasião, apresentaram-se Antônio Nóbrega, que comemorou 50 anos da carreira e 70 de idade, o Pastoril Cabeceiras (20h) e os convidados Khrystal, Carlos Zens, Banda Sinfônica do Natal e o cordelista Manoel Cavalcante.
Covid – Vacine-se contra a Covid.
Quanto mais doses melhor.
Mega – 57 milhões o prêmio da Mesa Sena hoje.
Fazenda – Ao final da tarde de ontem, o dólar subia e a bolsa caía.
A causa foi Fernando Haddad, possível ministro da Fazenda, no almoço que teve com os banqueiros na FEBRABAN, não dizer o que eles desejavam ouvir.
Ao contrário, falou o que eles não admitem, nem querem ouvir, ou seja, fazer reforma tributária que altere regras de taxação da renda, patrimonio, lucros e dividendos, seguindo os padrões das nações capitalistas do mundo.
Tudo pela razão de que não poderá haver maior abertura social, sem essas medidas econômico-financeiras.
Biden nos Estados Unidos age assim.
No Japão, Alemanha, França, também.
Proibição - No Brasil é proibido falar isso diante de banqueiros ortodoxos.
Sob pena - como aconteceu - de usarem o mercado para assustar o governo.
O próprio governo de Bolsonaro teve essas dificuldades, em alguns momentos.
A felicidade é que a mentalaidade no mundo empresarial está mudando, para melhor.
Há muitos que defendem uma economia de mercado estável e com preocupações sociais.
Bradesco- Enquanto isso, dois anos após comprar um banco americano, o Bradesco investe agora US$ 230 milhões de dólares (cerca de R$ 1,2 bilhão) para acelerar o seu crescimento nos Estados Unidos.
O banco eleva o investimento em seu negócio na América do Norte em cerca de 50%,
Ciro - Apesar de ter sinalizado durante a campanha que não pretende concorrer novamente, Ciro Gomes indica aos correligionários que quer voltar a fazer política.
O pombo I - Richarlison, o herói da estreia do Brasil na Copa, é apelidado de Pombo porque em 2018, em brincadeira com amigos, fez a coreografia da música "Dança do Pombo".
Não se incomodou com o apelido e comemora gols mexendo o tórax de modo a imitar o movimento do peito do pássaro, para alegria da garotada.
O pombo II - Richarlison também é conhecido pelo seu lado político, com posicionamento mais social.
O seu salário hoje é de 3 milhões de reais mensais.
Ele mantem uma hospedaria gratuita para os doentes de câncer, que procuram o renomado hospital de Barretos, em SP.
Ida para a Arábia Saudita – Estão em marcha negociações para Cristiano Ronaldo jogar no campeonato da Arábia Saudita. O ministro do desporto da Arábia Saudita admitiu essa possibilidade.
Escola de Música – Comemorados 60 anos dessa renomada instituição da UFRN.
Justa a homenagem prestada a pianista Luíza Maria Dantas, diretora por 18 anos.
(Coluna publicada no jornal AGORA RN).