Postado às 05h31 | 22 Mar 2024
Embora atualmente envolvido na Ucrânia, a Rússia mostra sinais de preparação para outra ofensiva europeia. FOTO: REUTERS
Ney Lopes
Cresce o temor de concentração de poderes de Putin, após a última eleição fraudulenta que o consagrou, segundo líderes das principais nações europeias.
Ele está garantido para estar no poder até pelo menos o final desta década.
Putin tem como meta o retorno da missão imperial da Rússia.
Nessa linha, quem será a sua próxima vítima, depois da Ucrânia?
Observadores mostram sinais de preparação para outra ofensiva europeia, envolvendo a intervenção militar, ostensivamente para proteger as comunidades russas, em antigos estados soviéticos, como Moldávia, Letônia e Estônia.
A história da Rússia mostra que o maior país do mundo, abrange 11 fusos horários diferentes.
Mesmo assim, Putin ainda está interessado em expansão de território na fronteira com a Noruega, oeste e no Japão no Leste.
Apesar das alegações de que a Rússia é potência europeia e asiática, todos os líderes russos permanecem europeus, obcecados com a posição no “velho continente” e não com a posição na Ásia.
Ao contrário de outros impérios europeus, que estabeleceram colônias em lugares distantes do mundo, o império russo expandiu suas fronteiras à custa de seus vizinhos imediatos
Putin, que já classificou o colapso do império soviético no início dos anos 1990 como “a maior catástrofe geopolítica do século”, agora está determinado a obter pela força o que não seu antecessor não conseguiu por negociação.
Durante a pandemia de Covid-19, Putin escreveu um ensaio de 5.000 palavras, onde afirma que não há diferença entre russos e ucranianos, mas também deixa clara a aspiração de restaurar o projeto imperial europeu mais abrangente da Rússia, que é extinguir completamente a independência da Ucrânia.
A linha do governo russo é investir em suas forças armadas, antes do bem-estar de seu povo.
Um terço do orçamento russo agora vai para os militares, muito mais do que o país gasta em saúde e bem-estar.
Enquanto isto, até 350 mil russos foram mortos ou feridos nos últimos dois anos de guerra na Ucrânia.
No entanto, Putin persiste com a guerra e “a Ucrânia é uma questão de vida ou morte, enquanto para eles (o Ocidente) é uma questão de melhorar sua posição tática”.
O objetivo de Moscou não é lutar e vencer uma guerra contra o Ocidente, mas provocar permanentes conflitos na Europa, um após o outro, para enfraquecer o bloco europeu.
Hipoteticamente, na hipótese de uma vitória de Trump e se ele recusar auxílio a Europa como propaga, a ordem europeia estabelecida no final da Guerra Fria desmoronará literalmente, dentro de semanas.
Putin acredita nessa possibilidade.
É essa obsessão messiânica dele que preocupa a maioria dos líderes europeus.
No início dos anos 90, todos se maravilharam com o fim da guerra fria.
Agora, surge nova guerra fria a ser enfrentada pelas gerações sucessoras da Europa hoje.