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Opinião: "pisca" luz vermelha de alerta no PT"

Postado às 06h02 | 19 Ago 2022

Ney Lopes

Pela tendência do processo eleitoral presidencial, o que se questiona no momento, salvo mudanças no quadro, é a vitória ou não de Lula no primeiro turno.

A média das últimas pesquisas eleitorais mostra claramente que a diferença entre o ex-presidente e o presidente Jair Bolsonaro está caindo.

Como político experiente, Lula sabe que as suas chances diminuirão, na hipótese de um segundo turno.

Por isso, tem feito ofensivas para tentar ganhar a eleição de outubro já no primeiro turno, o que, até agora, não surtiu efeito.

Ele que já teve 54% vem declinando, embora lidere as pesquisas.

Segundo a Constituição, um candidato para ser eleito necessita da maioria absoluta (mais da metade) dos votos válidos.

Caso nenhum candidato consiga esse número, realizar-se-á uma segunda volta apenas entre os dois candidatos mais votados.

Votarão em outubro 156 milhões de brasileiros, um crescimento de mais de 9 milhões (6,21%) em relação a última eleição presidencial em 2018.

O maior aumento de eleitores é de jovens entre 16 e 17 anos, que não são obrigados a votar.

Eles somam 2 milhões e 100 mil novos eleitores.

Esse segmento não favorece Bolsonaro.

Por outro lado, a ida de Bolsonaro para o segundo inquieta a ala petista, que teme a influência das últimas medidas sociais do governo para os menos favorecidos e a redução do preço dos combustíveis.

São Paulo, que tem 22,6% do eleitorado e Minas Gerais 10,41% são os “carros chefes” da eleição.

Quem ganha em MG geralmente ganha a eleição.

Na pesquisa de ontem, 18, Lula tem maior vantagem de vitória em Minas Gerais e menos em SP e RJ.

Em verdade, a oposição subestimou o impacto da PEC emergencial e a queda do preço dos combustíveis em favor de Bolsonaro.

Daí os sinais de crescimento do presidente.

A VEJA divulgou estatística, que mostra de cada 100 eleitores, quarenta dependem da ajuda do governo para sobreviver, que representam 55% do eleitorado.

Isso acontece em 13 dos 27 estados, onde há mais gente sobrevivendo dos programas sociais do que trabalhadores remunerados no mercado formal.

Pesam cada vez mais no voto as condições materiais de sobrevivência.

O Congresso liberou cerca de R$ 41 bilhões em transferência de recursos para a população mais pobre do país.

O impacto beneficia até os pequenos e médicos negócios.

Daí a explicação para a oposição ter aprovado a PEC emergencial.

Há uma observação a ser feita: eentre os pobres existe uma gratidão arraigada à Lula, que acreditam ter sido ele o criador do bolsa família, por mais que se diga ter sido FHC.

Com a campanha já nas ruas, o ministro Ciro Nogueira busca impulsionar a mesma estratégia de 2018, ou seja, o antipetismo radical.

Para ele, o antibolsonarismo é uma ‘alergia’, algo passageiro, enquanto o antipetismo é uma ‘epidemia’.

Enquanto isso, na largada a campanha de Lula “pisou a bola”.

Antes, decidira ignorar a tentativa do presidente Bolsonaro de transformar a eleição em “guerra santa”.

Porém mudou de ideia.

Chamou o presidente de “fariseu”, possuído pelo demônio” e afirmou que ele tenta manipular os evangélicos.

Os líderes evangélicos reagiram contra Lula.

A verdade é que nem tudo são flores na campanha petista.

O segundo turno é uma incógnita, que radicalizará posições ideológicas e religiosas.

Talvez, por isso o staff lulista de marketing já começou a operação de retirada da cor vermelha nos materiais de campanha, para não associar em demasia à esquerda.

A ordem para neutralizar é lembrar a presença de Alckmin na chapa.

Pelo que se observa, a cor vermelha poderá ser retirada dos materiais de campanha, mas a “luz vermelha” de alerta já está piscando.

O segundo turno será um perigo muito grande para Lula.

 

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