Postado às 06h51 | 30 Dez 2022
Ney Lopes
Entre os deuses do Olimpo do panteão grego nenhum deles se assemelhou ao mineiro Pelé, Edson Arantes do Nascimento, na vitalidade e presença na memória global.
Faleceu ontem, 29, em SP.
O mundo assistirá de pé as suas exéquias.
Ele foi o embaixador permanente do Brasil em todos os recantos do planeta.
Durante a sua carreira jogou três vezes no RN, disputando partidas pelo Santos FC (e fazendo gol) contra o América (duas) e o ABC.
Em todas, saiu vitorioso e deixou sua marca nas redes.
O futebol sempre correu nas veias da família de Pelé.
Dondinho, pai do Rei, era jogador de uma pequena equipe, sendo chamado de Bilé.
Daí talvez tenha surgido o epíteto de Pelé.
A sua história tem início com Waldemar de Brito, um grande jogador de futebol, que atuou na seleção.
Como treinador em 1953 encantou-se com o “menino Pelé” e foi o seu primeiro mentor.
Rapidamente chamou a atenção do Brasil pelo seu talento extraordinário.
Em 1956, Waldemar usou os seus contatos no mundo do futebol para Pelé se tornar profissional.
Uma proposta do Bangu, tradicional clube carioca, era sedutora, mas a mãe de Pelé temia que o filho caísse nas inúmeras tentações da capital brasileira.
Foi decidido então levá-lo para Santos, cidade litoral, próxima de São Paulo.
A história da cidade de Santos nunca mais se separou de Pelé.
Logo no seu primeiro dia de treinamento, Pelé surpreendeu os colegas e os jornalistas presentes, como mostra artigo de jornal da época.
Pelé já era titular absoluto, mas uma entrada durante um treino tirou o jovem de 17 anos do gramado com uma lesão no joelho direito.
O técnico Vicente Feola pensou em tirar Pelé da viagem e dar lugar para Almir Pernambuquinho, atleta do Vasco da Gama conhecido pelos grandes gols e grandes brigas.
O camisa 10 só foi para a Suécia a pedido de Didi, Nilton Santos, os líderes da equipe.
Caso tivesse sido excluído, o Brasil não teria sido campeão.
Marcou o único gol contra o País de Gales que garantiu classificação.
E na semifinal contra França fez três gols.
Na final contra a Suécia, Pelé marca um dos gols mais bonitos da sua história.
A denominação de Rei é atribuída ao jornal francês “L'Équipe”, que encantado com as suas atuações, usou em sua primeira página uma foto de Pelé cumprimentado pelo Rei Gustavo VI da Suécia com a manchete: “O Rei do Futebol”.
Pelé partiu para a Eternidade simbolizando a união e o orgulho dos brasileiros, ao encantar o mundo com a sua arte.
Deus o proteja!
Foto: Ney Lopes Jr (falecido) com Pelé, em Brasília.