Postado às 05h40 | 02 Mar 2024
Ney Lopes
Sempre achei, que viajar é uma forma de aprender.
Quintana já evocou: “Viajar é mudar a roupa da alma” e acumular cultura e experiências, através das “janelas dos olhos”.
Acabo de desfrutar do frio na Serra da Estrela portuguesa, em comunidades de extrema hospitalidade, hábitos e gastronomia, com infraestrutura de primeira qualidade e preços diferenciados.
Estive também em Málaga, na Espanha, aproveitando o “stop over” da TAP, que é uma escala gratuita.
De lá para Gibraltar são 135 km.
Satisfiz a curiosidade de conhecer o rochedo de Gibraltar, 420 metros de altitude.
Um promontório militarmente estratégico, na entrada do mar Mediterrâneo, separando a Europa da África.
Tem-se a impressão de estar no Reino Unido, por ser considerado território britânico.
Pouco mais de 30 mil habitantes.
Do ponto de vista econômico, como Panamá ou Suez, permite a redução de tempo e despesas durante as travessias de navios-cargueiros com destino à Europa, América ou Ásia.
Embora há 300 anos, a Espanha tenha perdido a posse dessa área, até hoje Madri não desiste de recuperá-la.
O general Francisco Franco considerava "um punhal cravado na espinha de Espanha”.
Sai e voltei, com o RN em manchete.
Detentos perigosos fugiram do presídio de Mossoró
Nota-se, que o combate ao “crime organizado” não depende dos estados federados.
É uma sofisticada rede transnacional, de atividade criminosa, que ultrapassa fronteiras nacionais, desafiando a aplicação da lei.
A propósito da guerra em Gaza falou-se em Hitler, após o presidente Lula pronunciar-se sobre o injustificável morticínio na Palestina, que já atinge mais de 30 mil mortos.
Anteontem, 112 motos e 760 feridos pelo exército israelense, quando comida era distribuída a uma multidão.
As palavras do presidente brasileiro foram inadequadas.
Não cabe acusar Israel de ações idênticas ao holocausto, que foi a mais chocante feição da infinita maldade do homem contra o homem, com o extermínio em massa de seres humanos, por motivo de sua nacionalidade, raça, religião ou credo político.
Porém, a denúncia é verdadeira.
Na viagem presenciei cenas de cortar coração nas TVs Al Jazeera, Al Nayadin e Al-Aqsa.
A situação em Gaza, não pode continuar.
O jornalista Guga Chacra publicou texto realista e descritivo da tragédia em curso, a seguir transcrito:
Difícil saber o número preciso, mas milhares, ou dezenas de milhares de palestinos, morreram. Um número bem maior ficou ferido.
Um quarto dos pouco mais de 2 milhões de habitantes passa fome, segundo a ONU.
O desespero ficou claro quando vimos a norte de mais de 1000 palestinos, desesperados por comida.
Gaza que era a maior cidade do território, praticamente não existe mais. Viraram ruínas.
Crianças sofrem amputações sem anestesia, de acordo com o diretor da organização a Médicos Sem Fronteiras.
Pacientes de diabetes, câncer e AIDS e os que dependem de diálise não conseguem prosseguir com seus tratamentos.
Começam a haver surtos de doenças.
Sem banheiros e em meio a um caos sanitário, muitos pegam infecções no aparelho digestivo.
Mulheres estão sem acesso a absorvente. Falta papel higiênico.
Outro fato recente: já me confessei advogado de defesa, diante de injustiça.
Não procedem críticas à declaração do ex-presidente Bolsonaro, na última concentração em SP, quando ele sugeriu anistia e paz para os fatos de 8 de janeiro.
Diz-se, que ele jamais mudará.
O tom irascível de Lula, sempre foi idêntico ao de Bolsonaro no combate a adversários.
Mesmo assim, em agosto de 2002, às margens do rio Acre, em Rio Branco, Lula confessou "não querer briga e sim paz e amor".
Dois dias antes, no horário eleitoral gratuito, Serra levou ao ar imagens de Ciro chamando um eleitor de "burro".
Ciro acusou o tucano, de "comportamento de marginal".
Enquanto isso, Lula criou o slogan síntese de sua campanha naquele ano: “paz e amor”.
Por que Bolsonaro está impedido de mudar e pedir paz para o Brasil?
Clarice Lispector já disse: “Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas”
Bem, o espaço acabou para palpites.
Já começo a montar trajeto para uma próxima viagem.
Enquanto isso, “obrigado João de Deus” por ter alegrado o meu retorno à terrinha, com o Fluminense grande campeão da Recopa Sul-Americana 2024.
Ave Flu!