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Opinião: " O racista presidente da Argentina"

Postado às 06h41 | 10 Jun 2021

Ney Lopes

Não é a primeira vez, nem será a última, em que certos argentinos procuram detratar o Brasil.

Nesta semana, o presidente Alberto Fernández, na sua pose de galã e "bigode" de cantor de tango, deturpou frase do mexicano Octavio Paz, que certa vez escreveu: “mexicanos vieram dos índios, os brasileiros vieram da selva”.

Fernández acrescentou: “nós, os argentinos, chegamos em barcos. Eram barcos que vinham da Europa”.

Resslave-se que não se pode confundir Alberto Fernández com o povo argentino.

Em 2018, o então presidente da Argentina, Mauricio Macri, durante o Fórum Econômico Europeu, também considerou que a associação do seu país com a União Europeia era natural pois os argentinos descendiam de europeus.

Aliás, cabe perguntar se ambos os presidentes "estariam" enganados ou não?

Isso porque, nos anos 80  realmente vários "barcos" europeus desembrcaram na Argentina.

Mas, era o exército inglês, chegando às ilhas Malvinas.

Tais comportamenos não se justificam que partam de uma país inegavelmente reconhecido, em termos de história e cultura.

Os argentinos dispõem de acervo próspero de artes, teatro e literatura.

A Universidade de Buenos Aires produziu cinco vencedores do Prêmio Nobel.

As insinuações contra o Brasil não são generalizadas na população argentina.

Como disse o escritor brasileiro Ronaldo Helal para "alguns" existe um certo complexo, pois na verdade esses "argentinos odeiam amar tanto o Brasil”.

 A contragosto adoram as praias, idolatram a música e se excedem com a culinária brasileira no intenso turismo para o nosso país.

Pelo visto, tudo não passa de verdadeira mania de grandeza, através do racismo e do preconceito.

Em verdade, prosperam versões portenhas, de que os brasileiros são desde a origem  “negros” e escravos.

Entretanto, um censo feito em 1778 constatou, que quase metade dos argentinos tinha origem africana. O país também recorreu ao tráfico de africanos, o que deu início ao uso da mão de obra escrava nas  atividades comerciais do Porto de Buenos Aires, explica o historiador Felipe Pigna..

Antes da chegada dos primeiros europeus, no século XVI, o país já tinha considerável população de indígenas.

Na primeira metade do século XIX, os descendentes dos 70 mil escravos, que haviam sido trazidos ao país, representavam um terço da população de Buenos Aires.

A jornalista Monica Yanakiew, em primoroso texto, se refere a presença dos negros na Argentina, que foi marcante, até mesmo no tango, um orgulho nacional, cuja origem é falsamente atribuída em geral aos imigrantes europeus.

Os pioneiros do tango eram negros, como o compositor e pianista Anselmo Rosendo Mendizábal, autor do tango El Entrerriano (1897).

Os negros também fundaram jornais, como La Raza Africana, (1858) Além disso, é negra uma das principais heroínas da história do país: María Remedios del Valle, chamada nos livros de “mãe da pátria argentina”.

A cantora Laura Omega tem um acentuado sotaque portenho e descende de famílias argentinas muito antigas.

Ela tem pele negra, lábios fartos e cabelos longos e encaracolados. Ao cantar é interpelada por argentinos para saber de que país ela veio, quase sempre a acusam jocosamente de mulata brasileira.

Matéria do “El País” comenta que na Argentina apelidos racistas fazem parte do cotidiano, com referencias aqueles que têm pele morena ou cabelos escuros como sendo  “el negro, ou la negra”. 

Expressões depreciativas existem, como “cabecita negra.

As declarações racistas e preconceituosas do presidente Alberto Fernández em nada atingem o Brasil.

Ao contrário, engrandecem as nossas origens pela presença negra e indígena, cuja contribuição à construção do país foi inestimável e valorosa, sendo, por isso, orgulho nacional.

Espera-se que Fernández considere os descendentes africanos e indígenas argentinos como partes da nação, que eles ajudaram a construir. 

Eles não são apenas estrangeiros, que lá vivem, por um favor do governo.

Quanto ao Brasil, o maior favor de Fernández será nos esquecer, até que termine o seu desastroso governo, cultivador do racismo e da intolerância.

Até o Papa Francisco fez piada com a fama de alguns argentinos, ao repetir o ditado popular:

"Qual é o melhor negócio? Comprar um argentino pelo que ele vale e vendê-lo pelo que ele acha que vale".

 

 

 

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