Postado às 05h46 | 24 Nov 2022
Ney Lopes
Tenho sido muito incompreendido nesses meus despretensiosos comentários diários, que procuro faze-los os mais isentos possíveis.
De adeptos do bolsonarismo sou acusado de vermelhinho, lulista, comunista.
Dos petistas de “jogo duplo”, direitista, conservador.
Na vida fui jornalista (desde 15 anos), político (desde 21 anos) e advogado.
Todas essas atividades justificam acompanhar a cena política e opinar.
E é o que faço, consciente das minhas limitações.
Acordo cedo e todos os dias estou aqui.
O objeto do comentário é sempre o fato mais importante do dia.
Simplesmente resumo o que penso, em razão da experiência acumulada.
Para não me omitir, amanheci hoje, desejando analisar o requerido pelo PL, que pediu a anulação dos votos de 279.336 urnas do segundo turno.
O presidente da sigla Valdemar da Costa Neto repete o cenário montado pelo ministro das comunicações, as vésperas da eleição, para denunciar sabotagem na divulgação da propaganda gratuita do então candidato Jair Bolsonaro.
Ambas denúncias foram desacompanhadas de qualquer tipo de prova.
Por isso tornaram-se patéticas e “tiro no pé”.
Anteriormente, um relatório do ministério da Defesa disse não ter sido encontrado indício de fraude no processo eleitoral, “mas poderia ter sido encontrado” (????).
Como entender tal conclusão?
Na verdade, esses movimentos incentivam os militantes que estão acampados, bloqueando estradas, pedindo intervenção militar e anulação da eleição.
Repete-se no Brasil o manual de Trump, com a tentativa de deslegitimar o processo eleitoral.
Na teoria de Trump, ele se define como a fiel encarnação do povo.
Somente ele tem esse privilégio.
Como não existe povo, só existem eleitores, ele se diz estar do lado do povo e não pode nunca perder uma eleição, se perder, é porque houve fraude.
Esse clima de inquietação está se infiltrando no Brasil e obriga reações do Poder Judiciário.
O TSE já negou o pedido do PL para invalidar os votos e aplica multa de R$ 22,9 milhões, qualificando o partido como litigância de má fé.
Ademais, se era para anular votos no segundo turno, por que não fazê-lo também no primeiro turno, quando o PL fez expressiva bancada na Câmara Federal?
Na verdade, o Brasil não merece isso.
O presidente Bolsonaro e seus correligionários saíram fortalecidos da eleição, pela expressiva votação que alcançaram.
Deverão assumir a oposição ao presidente eleito e ajudarem o país a vencer os desafios à frente.
Esse pedido não é de um lulista, bolsonarista, comunista, direitista ou golpista.
É simplesmente o pedido e o desejo de todos os brasileiros!