Postado às 06h04 | 05 Abr 2021
Ney Lopes
O Papa Francisco na homilia da Páscoa pediu ao presidente Biden o fim do nacionalismo das vacinas, com permissão à exportação.
A prioridade e o foco do governo é garantir que o povo americano seja vacinado', antes de entregar as vacinas a outros países.
A rapidez na vacinação dos USA traz para Joe Biden, ao mesmo tempo, uma vitória doméstica e um dilema internacional.
Mesmo com a compra de milhões de doses das três vacinas com autorização de uso emergencial no país - Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson - os Estados Unidos também mantêm um estoque da AstraZeneca que não pode ser vendido ou doado.
Conforme a imunização dos americanos avança, a Casa Branca é pressionada a ajudar países que estão atrás no combate ao vírus. A pressão vem de aliados que pedem que o presidente reveja apoie na Organização Mundial do Comércio a quebra de patentes das vacinas.
A realidade global mostra que os laboratórios não terão capacidade de fornecer vacinas em quantidade que imunize a população mundial, cerca de 7,8 bilhões de habitantes, em 2021.
O Centro de Inovação para a Saúde Global da Universidade Duke antevê que países pobres provavelmente teriam que esperar até 2023 e 2024 para vacinar toda a sua população. Realmente, um tema humanitário que envolve milhões de pessoas expostas à catástrofe da pandemia.
O apelo do Papa tem o apoio de todos.
Entretanto, será difícil ele ser ouvido.