Postado às 06h24 | 05 Dez 2020
Ney Lopes
O transtorno da personalidade narcisista se caracteriza pela necessidade excessiva de admiração, desrespeito pelos sentimentos dos outros, incapacidade de lidar com críticas e senso de direito exagerado. Esse é o retrato 3.x 4 do presidente Donald Trump.
Quem traça esse perfil em livro é a prima do Presidente Mary L. Trump, que o acusa de adotar a mentira como forma de sobreviver. Nessa linha, Trump até hoje se autoproclama vencedor na eleição americana e denuncia corrupção eleitoral, sem nenhuma prova consistente apresentada.
O resultado da era Trump é o isolamento dos EEUU. Em nome de defender o país, as demais nações tiveram direitos e interesses prejudicados. A política externa trampista enfatiza o nacionalismo econômico e o unilateralismo, na rejeição de políticas internacionalistas. A saída de Trump prenuncia a volta do multilateralismo nos organismos econômicos globais.
Isso significará retorno ao diálogo e colaboração entre os governos. Atualmente, órgãos como a ONU, Banco Mundial. BID, FMI, OMC e OMS teriam que dobrar-se à Casa Branca e receberem as ordens que beneficiassem os EEUU. Ou agiam assim, ou Trump esvaziava, com bloqueios e represálias.
O presidente eleito Biden anuncia novo comportamento. Ele diz que é necessário manter o seu país seguro. Porém, para liderar o mundo os americanos não podem se retirar dele.
Não se pode negar a liderança global americana. Todavia, é inaceitável a política do “comigo ou contra mim”, que sempre orientou Trump.
A verdade é que sopram ventos de mudança na Casa Branca e nos principais organismos econômicos internacionais.
O que se espera é que a colaboração entre os países esteja de volta. A diplomacia também.
Enfim, que os EEUU encarnem na prática, os sentimentos democráticos consolidados nas suas tradições.