Postado às 16h45 | 16 Set 2020
Ney Lopes
A equipe econômica do “tzar” Paulo Guedes para agradá-lo, sempre se antecipa em anunciar medidas, por ele aprovadas nos bastidores, como “balão de ensaio”. Se der certo, foi ele. Se não der, o presidente paga a conta.
O único que percebeu isso e passou a defender o que aceita foi o conterrâneo Rogério Marinho, que abriu os olhos do presidente sobre o perigo dele “passar em branco” e apenas amealhar mais dinheiro para quem já tem. Por essa lucidez oportuna, o ministro Rogério Marinho caiu na desgraça do “tzar”.
Mas, a sorte é que o Presidente Bolsonaro volta a ser o que sempre foi (convivi com ele na Câmara mais de 15 anos). O Bolsonaro que conheci era defensor de justiça para a carreira militar, que é sinônimo de classe média. Não escondia de ninguém.
Ora, num Congresso que tantos defendem a “avenida paulista”, Igrejas, sindicatos, incentivos fiscais, por que ele não poderia defender os militares e a classe média? Faço tais afirmações, pelo anuncio recente da proposta da equipe econômica, defendendo que todos os benefícios previdenciários sejam desvinculados do salário mínimo, e congelados, sem reajustes, por dois anos.
Mais uma vez, “quem pagaria a conta” seriam os mais necessitados. Ideia de “camelódromo”, como disse o jornalista Elio Gaspari. Bolsonaro agiu certo, ao dizer, sem meias palavras, que “medida como essa, eu só posso dar um cartão vermelho”. Houve ainda o desplante de quem fez a proposta, de afirmar,que não haveria redução e sim manutenção do valor da aposentadoria.
Raciocínio cruel.
Certamente, os “novos”, que pregam um governo regulado apenas pela lei da oferta e da procura, dirão que Bolsonaro é corporativista e gastador.
Não.
Ele agiu corretamente.
Governar não é dirigir um Banco, ou Bolsa de Valores. Governar é ter sensibilidade humana.
Quando faltar dinheiro no orçamento, TODOS têm de ajudar. E não apenas os “servidores, aposentados e pensionistas, assalariados em geral”. Para impor justo tratamento social e humano para as dificuldades dos mais pobres e da classe média, Bolsonaro ameaçou o “cartão vermelho”.
Uma decisão corretíssima