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Opinião: "O Brasil pintado por Paulo Guedes"

Postado às 17h21 | 06 Jul 2020

Ney Lopes

Neste domingo, 5, o futuro do Brasil foi pintado pelo ministro da economia, em entrevista à CNN. Guedes assumiu o protagonismo do governo. Fala como dono de 99% da economia, segundo “doação” que lhe foi feita publicamente pelo Presidente.

Para alcançar esse “patamar de gerente mor do governo”, ele agrada o presidente de duas formas: uma, dizendo que o Brasil ressurgirá como potência econômica até 2022 e isso facilitará o sonho presidencial da reeleição.

Outra, “ternurando” Bolsonaro e as forças armadas, ao apoiar em plena pandemia, o reajuste de até 73% na bonificação salarial (além da remuneração) concedida aos militares, ativos e inativos, já incorporada na folha de pagamento de julho, com impacto de R$ 1,3 bilhão neste ano. Ao contrário do que é divulgado, o pagamento da previdência pelos militares antes isentos, não cobrirá esses gastos.

Na entrevista à CNN, Guedes volta a falar na reforma tributária, o que é necessário, porém não se sabe que tipo de reforma ele apoiará, numa época de prioridade social. Anunciou privatizações em 90 dias, não disse quais. Foi otimista ao dar importância às exportações, que se mantêm estáveis e por isso a queda do PIB poderá ser em torno de 6% e não 10% como anunciado pelo mercado financeiro.

A China precisa de minério e proteína animal, e para cada dólar que exportamos para os Estados Unidos, exportamos três para a China. Guedes declarou trabalhar com a hipótese, de que a pandemia seja reduzida em até três meses e que o pior aconteceu em abril.

Cabe comparar o que Guedes anuncia para o futuro, dando um “olhar” para o passado. O crescimento de 2019 foi muito menor do que as projeções do início do ano, quando não havia pandemia. A FGV mostrou que o Brasil entrara em recessão, desde primeiros meses de 2020.

A reforma da previdência foi trabalho de Rodrigo Maia e o marco do saneamento do senador Jereissati.

A única coisa que Guedes fez foi tentar a reforma tributária, propondo a nova CPMF, que Bolsonaro vetou. Como será o Brasil pintado por Guedes na CNN, em tons de “czar” da economia?

Uma grande dúvida fica no ar!

 

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