Postado às 16h47 | 04 Ago 2020
Ney Lopes
Fortíssima explosão ocorreu no porto de Beirute (já foi chamada Paris do Oriente), capital do Líbano, no início da tarde de hoje, (hora de Brasília). Labaredas fumegantes, em formas de cogumelos, eram vistas no horizonte, sem que se saiba, ainda, o número de mortos e feridos.
Prédios balançaram, vidros quebraram a dezenas de metros do local, forte explosão e uma enorme coluna de fumaça avermelhada subindo, provocando onda de choque, que causou danos materiais em diversos bairros.
A interrogação é acerca das causas da tragédia.
Teria sido mero acidente?
Ou consequência, da gravíssima instabilidade política, econômica e social?
A religião moldou o país, desde a independência da França em 1943. No Líbano se concentram 54% de muçulmanos (27% islamismo xiita e 27% sunita), 40.4% de cristãos (inclui 21% católicos maronitas, 8% ortodoxos gregos, 5% greco-católicos, 1% protestante, 5,5% outros cristãos e 5.6% de drusos (uma fé medieval derivada do Islã).
O grande complicador da “mescla” cultural é a existência do grupo “Hezbollah”, que em árabe significa “Partido de Deus”. Essa organização paramilitar, nascida em 1982, durante a Guerra Civil Libanesa, é altamente prestigiada pelo Irã (nos campos doutrinário e financeiro) e alimenta intensa animosidade com Israel.
Ultimamente, com a ascensão do primeiro ministro Hassan Diab, a maioria da composição do governo pertence ao “Hezbollah”, o que vem gerando protestos e manifestações de rua, inclusive mortes e depredações.
O Líbano, que já vivia momento de caos, a partir de hoje se transforma em nação totalmente mergulhada no colapso econômico, com a moeda perdendo mais de 80% de seu valor e 75% dos libaneses em situação de extrema pobreza.
Em meio a essas dificuldades o Codiv-19 atingiu intensamente o país e aprofundou o “atoleiro” fiscal, com a decretação do isolamento social, que paralisou as atividades produtivas restantes.
Agora, só resta acreditar na proteção de Nossa Senhora do Líbano, cuja fé popular vem dos tempos ancestrais.
Segundo a tradição, Nossa Senhora já livrou o Líbano de muitos perigos. Que o milagre se repita, novamente em 2020!