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Opinião: "Natal reabre “shoppings”. E as escolas?"

Postado às 17h12 | 27 Jul 2020

Ney Lopes

A pandemia exige muito equilíbrio e bom senso dos governantes. Afinal, os “estragos econômicos” foram inevitáveis e não é culpa, senão da fatalidade epidêmica.

O STF decidiu corretamente e, ao contrário do que interpreta o Governo Federal, em nenhum momento tirou poderes do Presidente da República, mas apenas aplicou a “competência concorrente” que está prevista na Constituição, segundo a qual, a gestão da pandemia é simultânea da União, Estados e Municípios.

No caso de Natal, o prefeito editou hoje, 27, novo decreto, que impõe regras para a reabertura gradual, a partir de amanhã, 28. Estão previstas as aberturas, com limitações, dos shoppings que possuem ventilação com sistema de ar-condicionado, assim como bares e restaurantes.

O prefeito Álvaro Dias agiu responsavelmente, ao ouvir o parecer do Comitê Científico de Enfrentamento municipal. O shopping “Midway” fez excelente “peça publicitária”, distribuída pela Internet, que orienta as cautelas a serem adotadas.

O próximo passo será a reabertura das escolas. Estudo da Alemanha demonstra baixos níveis de transmissão da doença entre estudantes e professores de 13 escolas. Pesquisadores da cidade germânica de Dresden analisaram amostras de 1.500 alunos e 500 professores, colhidas em maio, após o reinicio das aulas., e constataram que apenas 0,1%, ou 12 pessoas foram infectadas durante a volta às aulas. Esses resultados permitem observar, que os jovens estudantes funcionam como “um freio na infecção.

Nem toda infecção que as alcança é passada para a frente. Números de diferentes países indicam que o desenvolvimento da doença e os óbitos em crianças e adolescentes são baixos.

O relatório do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças confirmou que, de 44.672 casos, apenas 2% eram de crianças e adolescentes. A revista “Science” demonstrou em pesquisas, que a reabertura escolar não depende das medidas de proteção e higiene, mas também do nível de circulação do vírus, na comunidade em que a escola está inserida.

Se em Natal esses níveis estão caindo, é hora de abrir as escolas também.

 

 

 

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