Notícias

Opinião: "Mudanças da nova Constituição da Igreja"

Postado às 06h23 | 21 Mar 2022

Ney Lopes

Promulgada no último dia de São José, será apresentado hoje, 21, no Vaticano, o texto da nova Constituição da Igreja Católica, que entrará em vigor no dia 5 de junho, na Solenidade de Pentecostes.

A nova Constituição confere estrutura mais missionária à Cúria Pontifícia, para que esteja a serviço das Igrejas particulares e da evangelização.

O texto levou mais de oito anos em elaboração por um comitê de cardeais e é em grande parte uma codificação das mudanças feitas pelo Papa Francisco, desde sua eleição em 2013, como a fusão de escritórios para justiça social, paz, saúde, migração e obras de caridade.

A nova Constituição substitui a “Pastor Bonus” de João Paulo II – em vigor desde 1º de março de 1989. 

A inovação permitirá a presença de mulheres na administração de escritórios na sede da Igreja Católica, que sempre foram ocupados por homens.

O Papa Francisco prometeu no início de seu pontificado “criar oportunidades ainda mais amplas para uma presença feminina mais incisiva” na tomada de decisões em diferentes áreas da vida da Igreja.

Ele nomeou várias mulheres para cargos de liderança no Vaticano, que anteriormente eram ocupados apenas por homens.

A mudança já aprovada visa expandir no futuro a presença de mulheres nas decisões de cúpula de uma igreja até hoje com o clero exclusivamente masculino.

A Constituição anterior, de João Paulo II, afirmava que os escritórios da Cúria eram dirigidos por um cardeal, ou um arcebispo.

Outro ponto altamente importante é o avanço da nova Constituição , ao garantir “o envolvimento de leigas e leigos, mesmo em funções de governo e responsabilidade”.

Também afirma que “qualquer fiel pode presidir” um ofício da Cúria, se compatível com a função específica do ofício e a área de autoridade.

Enfrentando muitos obstáculos do clero conservador, o Papa deixa a sua marca, desde quando renunciou o nome de Bergoglio e optou por chamar-se Francisco como homenagem a São Francisco de Assis, um santo vinculado ao compromisso com os mais pobres.

Essa decisão foi a primeira indicação do início de uma nova era em Roma.

A Igreja deixou o campo ultraconservador e colocou-se, sem prejuízo da preeservação  dos princípios e dogmas, num campo modernizante e próximo de causas humanas e sociais.

Com a vigência da nova Constituição e outras mudanças já consumadas, pode-se afirmar que, após a presença de Francisco no comando da Santa Sé a Igreja, cada vez mais cumpre a sua missão evangelizadora, em benefício da paz mundial.

Aleluia!

 

 

Deixe sua Opinião