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Opinião: "Mongólia: exemplo no combate a pandemia"

Postado às 06h25 | 21 Jul 2020

Ney Lopes

Em plena tragédia da pandemia um milagre acontece: até hoje, a Mongólia, não registrou nenhum caso de transmissão local, ou morte por covid-19. Constatados no país foram apenas 243 casos, todos importados e houve recuperação. Isto acontece, quando o país teria tudo para ser vulnerável ao vírus.  Está geograficamente “espremido” entre a Rússia e a China e tem estreitos laços com a Coreia do Sul, que experimentou um dos primeiros surtos, depois dos chineses.

Cerca de 40% de população total está concentrada na capital, cidade dramaticamente poluída que tem conexões diretas e diárias com a Pequim (uma hora de voo) e Seul (quatro horas). A Mongólia, país da Ásia Oriental e Central Ásia Oriental, à época do Império Mongol (séculos XIII e XIV), já foi considerado um dos maiores territórios em extensão contínua de terras contíguas da história.

A nação teve início em 1206, quando um guerreiro proclamado “Gengis Khan” se tornou o soberano supremo da Mongólia. O segredo da imunidade numa população de 3,2 milhões de habitantes foi ter agido de forma rápida, contundente e holística, com uma estratégia elogiada OMS, mas que não recebeu tanta atenção internacional.

Em 20 de janeiro a China confirmou primeiros casos da epidemia. Já em 24 de janeiro, o governo mongol determinou o fechamento de escolas, restrições de movimento vindo da China, fechamento total de fronteiras e suspensão de todas as viagens aéreas, ferroviárias ou rodoviárias internacionais.

Além disso, cancelou as celebrações do Tsagaan Sar, o Ano Novo lunar mongol. Houve apoio maciço da população, que seguiu todas recomendações. As principais medidas foram lavar as mãos, inclusive nas ruas, e o uso de máscaras, com multa de U$54 dólares para infratores.

A verdade é que a Mongólia se transforma em exemplo de disciplina, no combate a pandemia. A OMS tem acompanhado os métodos usados no país e recomendado para o resto do mundo. O segredo mongol foi a firmeza do seu governo, que desde o início liderou as precauções contra o vírus.

Infelizmente, isto não aconteceu no Brasil.

 

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