Postado às 16h19 | 03 Jul 2024
Ney Lopes
Uma situação curiosa e delicada as relações atuais entre o Brasil e Argentina. O péssimo relacionamento entre os presidentes Lula e o argentino Milei, por divergências ideológicas, tem dificultado o andamento da agenda bilateral entre os países. As dificuldades vêm do governo argentino anterior, quando os então presidentes Jair Bolsonaro e Fernández também jamais se cumprimentaram. A convivência histórica é prejudicada por “idas e vindas” na área política, embora a economia não tenha ainda sido afetada.
Agora, Milei em uma publicação no X chamou o presidente Lula de "perfeito dinossauro idiota”, além uma série de críticas ao mandatário brasileiro, abrangendo temas como a tentativa de golpe de Estado na Bolívia na semana passada e a eleição presidencial em seu país no ano passado. "Sé tivéssemos feito as coisas como esse grande dinossauro idiota dizia, já teria perdido", escreveu no X.
Milei ausente
Javier Milei não irá à cúpula do Mercosul na próxima semana, em Assunção. Alegou estar com a agenda lotada. Curiosamente, encontrou tempo para vir ao Brasil dois dias antes. Participará de uma reunião de políticos e influenciadores de extrema direita em Balneário Camboriú, no litoral norte de Santa Catarina. Terá encontro com o ex-presidente Bolsonaro. O evento é uma "versão brasileira" do Conservative Political Action Conference (CPAC), que reúne nomes do conservadorismo dos Estados Unidos em congressos anuais desde 1973.
A Argentina sempre foi um dos principais parceiros políticos e econômicos do Brasil. A relação política de confiança e cooperação entre os dois países influi para a constituição de espaço regional de paz e de cooperação, em toda América Latina. Os vínclos são tanto estreitos como históricos e abrangem todas as dimensões possíveis: economia, comércio, educação, cultura, turismo, defesa, ciência e tecnologia, entre outras.
Amizade de séculos
De guerra e rivalidade à amizade e aliança, esta complexa relação se estende por mais de dois séculos.Brasil e Argentina têm uma forte parceria comercial há anos. Trata-se do nosso terceiro maior destino de exportações, enquanto o Brasil é o principal comprador de produtos argentinos.No último balanço anual fechado, de 2022, a Argentina apareceu como o terceiro maior importador de produtos do Brasil, com cerca de US$ 13,09 bilhões na balança comercial de 2023.
Atualmente, o Brasil é o principal parceiro comercial da Argentina, recebendo cerca de 16% de suas exportações. Em contrapartida, a Argentina representa aproximadamente 5% das exportações brasileiras, com destaque para veículos automóveis de passageiros; óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos crus; trigo e centeio não moídos; motores de pistão, energia elétrica, minério de ferro e suas partes
Por outro lado, a Argentina está entre os maiores produtores agrícolas globais e exportador de citrinos, uva, mel, milho, sorgo , soja , girassol, semente, trigo e erva mate, carne, cereais e azeite do mundo. É a terceira maior economia da América Latina e terceiro maior destino para as exportações brasileiras, ficando atrás somente da China e dos Estados Unidos.
Por todas as razões de tradição, estratégicas, vinculos culturais, não compensa “bater boca” com Milei, nas agressões por ele proferidas. O melhor será calado por resposta. Até porque, Lao Tsé, filósofo e escritor da Antiga China, recomendou : “Mantenha os amigos sempre perto de você, e os inimigos mais perto ainda” O principal será manter as relações estáveis, sobretudo economicas. Os dois países permanecerão na história. Os dois presidentes passarão.
No dia 4 de julho de 1776 o Congresso Continental, na Filadélfia, ratificou a independência dos Estados Unidos após a Guerra de Independência, entre junho e julho daquele ano. O fato consolidou o triunfo dos colonos norte-americanos e o princípio do autogoverno. A partir de então, os estados assinaram a Carta dos Direito. Nos Estados Unidos a data é comemorada com desfiles, espetáculos, jogos, atividades esportivas, disparos de canhões, sinos, fogueira e iluminações especiais.
Em um dia como hoje, no ano de 1994, morria no Rio de Janeiro, Roberto Burle Marx, artista plástico, reconhecido internacionalmente pelo seu trabalho como arquiteto-paisagista. Foi o responsável por projetar os jardins da de Brasília, deixando um legado ao incluir no seu trabalho plantas da biodiversidade brasileira, valorizando a flora nativa.